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Ethan Hawke: ‘Sexo assusta mais que violência nos EUA’

Dois últimos filmes do ator foram classificados para maiores de 18 anos

Por Da Redação
31 Maio 2013, 09h36

Ethan Hawke, capaz de tocar o coração do público com a série Antes do Amanhecer e de gelar seu sangue com arma em punho em Dia de Treinamento, declarou que o sexo assusta mais do que a violência nos Estados Unidos, já que dois de seus novos filmes foram classificados para maiores de 18 anos. “A relação de nosso país com o sexo e a violência é um mistério fascinante para mim”, disse o ator de 42 anos na pré-estreia do filme The Purge, que tem estreia prevista para 7 de junho.

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“O puritanismo e o liberalismo andam de mãos dadas. Dei entrevistas sobre Antes da Meia-Noiteque estreou na semana passada – e só os americanos me perguntavam sobre os seios de Julie Delpy – sua parceira em toda a saga -, como se fossem crianças pequenas que nunca viram um. E por causa de um peito a fita ganhou a mesma classificação etária que The Purge, um filme aterrorizante.”

“Vejo filmes com meu filho pequeno não recomendados para menores de 13 anos em que há centenas de mortos, mas o sexo e a intimidade nos assustam como sociedade. Não entendo a razão”, analisou o ator

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Violência – The Purge tem um roteiro provocador. O ano é 2022 e o governo americano, após praticamente eliminar a violência das ruas, estabelece um período de 12 horas seguidas por ano em que qualquer atividade criminosa, incluído o assassinato, é permitida pela lei. A polícia não responde a nenhuma emergência e os hospitais suspendem o atendimento.

O objetivo é permitir uma catarse da tensão e do ódio acumulados. Sob essas circunstâncias, os membros de uma família descobrirão até que limites chegarão para se proteger de um grupo de vândalos que pretende invadir sua casa.

Dirigido e escrito por James DeMonaco, o filme reflete sobre a violência em um país que nos últimos meses viveu constantes episódios trágicos. “Pessoalmente, preferiria que ninguém tivesse armas. Assim não teríamos que nos preocupar com nada. Essa é minha teoria, mas nos EUA existe o pensamento de que, quanto mais guerras e mais armas houver, mais seguro o povo estará. Eu não vejo assim”, disse Hawke.

O ator se mostra consciente da violência extrema do filme, mas acredita que, através dessas imagens, é lançada uma mensagem clara de antiviolência. “Sei que é quase como um oximoro, mas acho que o filme põe o dedo na ferida. Um afro-americano entrar em uma casa e ser baleado não me soa como ficção científica. O caso de Trayvon Martin – o adolescente negro baleado por um vigilante em 2012 – ocorreu durante as filmagens. Nosso país está obcecado pela violência e o direito de protegê-la. Se você não pensa assim, te chamam de antipatriota.”

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Essa capacidade do roteiro de extrair uma parte da realidade e exagerá-la até fazer com que o espectador se faça certas perguntas no final da projeção faz com que a história, na opinião do ator, lembre as imaginadas por Philip K. Dick em seus romances futuristas.

Hawke lamenta que a história da humanidade esteja ligada à da violência, mas prefere ser otimista. “Aquilo que nos dá medo nos fascina. Para cada louco como os de Boston há centenas ou milhares de pessoas que tentariam impedir barbaridades assim. A violência acontece. Está em nossas vidas. Mas não nos define.”

Liberdade – Pai de quatro filhos, o ator reconhece que, por suas crianças, faria qualquer coisa e por isso não gosta de imaginar como reagiria se enfrentasse uma situação como a retratada em The Purge na vida real. “Uma família ameaçada é o maior medo de qualquer um. É um pesadelo. Pensar nisso simplesmente me petrifica”, disse Hawke, cuja carreira sempre tomou rumos muito próximos do cinema independente.

“A liberdade criativa sempre me interessou. Quanto mais pagam, menos liberdade você tem. Estou nisso há mais de 20 anos e evitei me converter em algo determinado. Não quero que as pessoas me apontem e digam: ‘Olha o Batman!’. Sempre tentei fazer coisas que me interessam de verdade, e algumas vezes não funcionaram. Mas, para mim, o sucesso é trabalhar no que me atrai.”

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(Com agência EFE)

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