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Da Vinci: a anatomia de um gênio

Biografia do criador da Mona Lisa examina a construção de seu múltiplo talento - e mostra como até mortais podem extrair lições da vida de gigantes como ele

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 out 2017, 07h00 - Publicado em 21 out 2017, 07h00

Uma reportagem desta edição de VEJA mergulha no universo do mestre renascentista Leonardo da Vinci (1452-1519) a partir de um livro lançado mundialmente na semana passada. De autoria do americano Walter Isaacson, veterano jornalista da revista Time e da rede CNN, a biografia Leonardo da Vinci (Intrínseca) elucida mistérios sobre a vida do artista e investiga como se deu a construção de seu talento múltiplo. Isaacson mostra que Da Vinci comunga um traço eloquente com outros gênios que ele biografou – como Steve Jobs (1955-2011), fundador da Apple e criador do revolucionário iPhone, e também do físico alemão Albert Einstein (1879-1955), que estabeleceu os princípios da teoria da relatividade e da física quântica. Desde cedo, todos essa figuras geniais enquadravam-se na notória categoria dos desajustados. Da Vinci nasceu de uma aventura fortuita de seu pai. Isso acarretou a mágoa de nunca ter sido legitimado nem ter tido direito à herança. Mas o fato de não ser filho “oficial” de um bem colocado tabelião o livrou da obrigação de seguir tal profissão — e óbvio que Da Vinci, com sua mente hiperativa e dispersiva, nunca poderia ser feliz numa função cartorial modorrenta. Como Einstein ou Jobs, ele não se dobrava à figura da autoridade. O renascentista adotou a tática típica de sua época de conquistar as graças de patronos poderosos — da família Médici, em Florença, a Ludovico Sforza, duque de Milão que teria mandado envenenar o sobrinho para tomar o poder, até o sanguinário César Bórgia. Nunca, porém, topou pintar o que não lhe apetecia, e conservou consigo por toda a vida parte substancial de suas obras-­primas, incluindo a Mona Lisa.

No caso de Da Vinci, porém, fala-se de um tipo de genialidade peculiar. Que um Einstein tinha uma capacidade de raciocínio muito superior à das pessoas em geral é fato. Mas Da Vinci era um fenômeno de outra natureza. “O que fez de Leonardo um gênio e o diferenciou do restante das pessoas que são apenas ex­traor­dinariamente inteligentes foi a criatividade, a habilidade de aplicar a imaginação ao intelecto”, diz o biógrafo. Nesse sentido, Da Vinci foi um gênio do tipo “gente como a gente”. Autodidata e sem educação formal, ele se valeu de uma ferramenta prosaica — a curiosidade — para pavimentar o caminho rumo à genialidade. “O fato de Leonardo não ser apenas um gênio mas também extremamente humano faz com que ele nos pareça mais acessível”, escreve Isaacson. Da Vinci revelava-se falho, inseguro e altamente dispersivo. Apesar desses traços mortais, ele acabou passando à história na condição de uma das mentes mais excepcionais da humanidade.

O livro de Isaacson apresenta, em suas 640  páginas, mais do que uma radiografia do homem que se tornou o símbolo da inquietude renascentista, ao se devotar com igual ímpeto à arte, à ciência, à engenharia e à criação de armas de guerra, entre mil outras áreas de interesse. Sua trajetória ensina, sobretudo, como as pessoas podem extrair pílulas inspiradoras de seu modo de encarar a vida. “Todos nós podemos fazer o mesmo copiando as atitudes de Da Vinci, em qualquer idade”, disse Isaacson em entrevista exclusiva a VEJA. Seguindo a receita de Da Vinci para investigar qualquer fenômeno, o autor foi direto à fonte: usou como base de seu livro as anotações nas mais de 7 000 páginas de escritos deixados pelo próprio Da Vinci. É uma massa de informação tão notável quanto o conjunto de e-mails de Steve Jobs a que Isaacson teve acesso. Com desenhos, estudos científicos e anotações espelhadas — quer dizer, registradas da direita para a esquerda, com as letras ao contrário —, essas notas alimentaram os mistérios e enigmas sobre o pintor que desaguariam num best-seller conspiratório como O Código Da Vinci, de Dan Brown. O fato de ser gay e filho ilegítimo — e também canhoto e vegetariano — certamente moldou a figura anticonvencional de Da Vinci. Mas o ingrediente fundamental para delinear o gênio era sua postura perante o mundo: sua curiosidade buscava abarcar todas as coisas, dos grandes fenômenos atmosféricos às engrenagens das máquinas, estabelecendo analogias desconcertantes e avançadíssimas.

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