Brasil rouba a cena em documentário dos Rolling Stones
Filme de Paul Dugdale foca em show histórico da banda em Cuba, mas são os momentos fora dos palcos que dão sabor à produção
Os fãs vão amar o documentário The Rolling Stones Olé! Olé! Olé!, de Paul Dugdale, que registra a recente passagem da banda pela América Latina, no começo do ano, culminando com o show inédito em Havana. O filme faz parte da programação do Festival de Toronto e foi exibido para a imprensa na tarde deste sábado.
O longa-metragem mostra bastante as apresentações eletrizantes da banda, concentrando-se em alguns dos maiores clássicos, como (I Can’t Get No) Satisfaction e Sympathy For the Devil, enquanto intercala imagens de Mick Jagger, Keith Richards, Ronnie Wood e Charlie Watts interagindo no palco com as dos fãs enlouquecidos.
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Os shows também são pontuados pelas dificuldades nos preparativos para o concerto histórico em Havana, que dependia de aprovação do governo cubano e ainda foi atrapalhado pela visita do presidente Barack Obama, que restabeleceu relações diplomáticas dos Estados Unidos com a ilha. O filme tenta dar uma dimensão política à relação dos Rolling Stones com a América Latina, por exemplo, dizendo que era proibido tocar música estrangeira na Argentina durante a ditadura militar, o que explicaria o fanatismo despertado pela banda no país.
Porém, a melhor parte mesmo de The Rolling Stones Olé! Olé! Olé! são os momentos fora dos shows. Na Argentina, Mick Jagger passeia pelo cemitério deserto enquanto Keith Richards mostra sua suíte luxuosa. Também aparecem os “rolingos”, um grupo de fãs para quem os Rolling Stones são um estilo de vida. No México, um grupo de mariachis toca os clássicos da banda.
O Brasil abre o documentário, com a cena de um morador de uma favela subindo na laje para tocar Rolling Stones, e tem alguns dos melhores momentos. Ronnie Wood pinta com seu amigo brasileiro, o artista Ivald Granato, morto em julho. E Mick Jagger e Keith Richards lembram-se de escrever Honky Tonk Women num sítio nos arredores de São Paulo, na década de 1960, para em seguida tocar uma bela versão acústica da canção.