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‘Amores Roubados’: o BBB de Grazi, Cauã e Isis

Os boatos de uma possível traição envolvendo os atores Cauã Reymond e Isis Valverde apimentaram o Ibope da minissérie e misturaram, na cabeça dos fãs, os limites entre vida real e ficção

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 jan 2014, 07h41

Ambientada em uma bela vinícola com ares de oásis nordestino na cidade fictícia de Sertão, e composta por um elenco de beldades globais liderado por Isis Valverde e um sexy Cauã Reymond, a minissérie Amores Roubados tinha ingredientes plásticos de sobra, ao lado de um bom texto e uma ótima direção, para ser recebida com entusiasmo pelo público e pela crítica. Na estreia, o programa da Rede Globo marcou 31 pontos no Ibope da Grande São Paulo e 30 no Rio de Janeiro. Os números cresceram até alcançar os 34 pontos no Rio e 32 na capital paulista, na última segunda-feira. Contudo, qualidade não é necessariamente sinônimo de audiência, como se viu no caso de O Canto da Sereia, série também protagonizada por Isis, que não conseguiu obter o mesmo sucesso, com média de 25 pontos no horário das 23 horas.

Os motivos para os números do Ibope são diversos. Para além dos bons atributos reunidos pelo programa, um fator mundano ajudou a impulsioná-lo: as notícias da traição de Cauã Reymond, que teria enganado a agora ex-mulher, Grazi Massafera, com a colega Isis Valverde. Conhecida como “a série que separou o Cauã e a Grazi”, como muitos a chamam no Twitter, Amores Roubados chegou a ter o título apedrejado por espectadores, que muito antes da estreia sugeriram à Globo que a rebatizasse para evitar comparações entre a história dos bastidores e a da tela, onde Cauã encarna um Don Juan que pega mulheres casadas e se apaixona pela personagem de Isis. As mensagens recebidas pela emissora permitem dizer que série adquiriu popularidade antes mesmo de entrar no ar. Não à toa, durante a promoção de um produto de beleza no ano passado, a própria Isis, pivô das fofocas, antecipou o efeito que a boataria poderia ter sobre o Ibope do programa: “Espero que sirva para aumentar a audiência”. E como serviu.

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“Muita gente pode ter visto a minissérie para ver se realmente existia química entre os dois”, diz Kathya Mutti, psicóloga e coordenadora cultural do departamento de psicodrama do Instituto Sedes Sapientae (DPSedes). A opinião é compartilhada por Reginaldo do Carmo Aguiar, psicólogo comportamental e analista do comportamento. “As pessoas querem entender a traição, analisam a beleza da esposa e da possível amante, tentam ver se existe química, querem fazer parte da história.”

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A arte e a vida – Por não ter um contato direto com os ídolos, o público que assiste à série se sente à vontade para falar do caso como se fosse parte ativa e profunda conhecedora do affaire. O canal encontrado para isso, seja para demonstrar apoio ou para criticar, é a internet. Além das redes sociais, os comentários de fãs, seguidores e curiosos são frequentes nos sites e blogs de notícias. “A Isis nunca saiu da personagem de Avenida Brasil onde ‘interpretava’ uma periguete”, escreveu uma leitora do site de VEJA em uma das notícias relacionadas ao triângulo amoroso. “Homem é tudo igual” ou “Sou mais a Grazi”, também foram frases vistas entre os comentários.

Uma rápida busca no Twitter rende centenas das mais variadas explanações de fãs sobre a série. “Grazi, estamos com você, mas tá bem bom ver o Cauã pegando a Valverde”, diz um fã dividido. “Hoje, eu só saio depois do último capitulo da minissérie que separou a Grazi do Cauã”, escreveu outro usuário do microblog. “A Patrícia Pillar sofre tanto pelo Cauã Reymond nessa minissérie que eu cheguei a achar que ela estava interpretando a Grazi Massafera”, ironizou um terceiro.

“A curiosidade de observar faz parte do ser humano. Quando a pessoa cria um laço emocional com um artista, ela se sente no direito de saber e comentar a vida pessoal dele”, diz Kathya Mutti, do Instituto Sedes Sapientae (DPSedes).

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Histórico no showbiz – O caso de Grazi, Cauã e Isis não é o primeiro – e dificilmente será o último – a acontecer no meio das celebridades. Em 2004, Brad Pitt era casado com a atriz Jennifer Aniston e conheceu Angelina Jolie nas gravações de Sr. e Sra. Smith. As cenas de ação e romance durante o filme levaram o casal da ficção para realidade, e Pitt acabou traindo Jennifer. Ainda em Hollywood, impossível não citar a pulada de cerca de Kristen Stewart com o diretor Rupert Sanders, do filme Branca de Neve e o Caçador. O caso ocorreu em 2012, pouco antes da estreia do último longa da franquia Crepúsculo, em que a atriz namorava o outro protagonista, Robert Pattinson, seu par fora também das telas.

Na época, fãs ávidos da saga vampiresca não aceitaram a traição e negaram a veracidade das fotos que flagraram a atriz em momentos quentes com o diretor. “As reações do público podem ser diversas, uns se identificam e apoiam, outros criticam e tomam partido contrário. No caso de Crepúsculo, os fãs eram tão ligados emocionalmente à figura do casal que eles não suportaram a verdade”, analisa Kathya. “Essa ligação acontece porque o fã que não consegue viver a sua realidade passa viver a do ídolo. Se aquela fonte se modifica, cessam os recursos para a pessoa manter a fantasia. Então, surge a negação ou o abandono do ídolo.”

Já a curiosidade que leva o fã a perscrutar os motivos da traição pode ser notada em todos os casos citados. Assim como ocorrido com Cauã em Amores Roubados, Brad Pitt e Kristen Stewart foram criticados por suas atitudes, mas viram seus filmes se tornar grandes sucessos de bilheteria. Sr. e Sra. Smith, lançado seis meses após o divórcio de Pitt e Jennifer, arrecadou mais de 478 milhões de dólares em bilheteria mundial e se tornou o décimo filme mais visto nos Estados Unidos no ano. A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2 foi o mais bem sucedido da franquia, com 829 milhões de dólares de bilheteria e se sagrou a sexto maior bilheteria de 2012.

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“Esses casos podem ser comparados com o sucesso de reality shows como o BBB, que dão muita audiência e validam a opinião dos fãs”, explica Jessye Cantini psicóloga clínica da UFRJ. “Vivemos em uma cultura da superexposição e nos sentimos no direito de comentar a vida de quem está na TV, mesmo que eles não tenham se comprometido dessa forma com os fãs.”

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Futuro – Como a TV e o cinema são feitos de imagem, as pessoas que trabalham nessa área constantemente precisam se reformular, assumir posturas conforme as necessidades e limpar as “manchas” consideradas ruins para o seu público.

Enquanto alguns fãs se solidarizam com a pessoa traída e chegam a abandonar os que a machucaram, outros continuam a acompanhar o “traidor” e até apoiam as suas atitudes. “Por idealizar uma imagem, é comum o fã se frustrar com o ídolo. Talvez desista de segui-lo. Já outros criam a expectativa de, no caso de uma traição seguida de separação, se tornar o novo amor da celebridade idealizada”, diz Reginaldo.

No caso de Isis e Cauã, dado o ótimo Ibope da série, os fãs que criticaram o caso e abandonaram o trabalho dos dois pode ser considerado, no mínimo, inexpressivo.

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