Acadêmico perde a paciência com silêncio de Dylan: ‘Arrogância’
'É mal educado e arrogante. É isso que ele é', disse Per Wästberg à TV pública sueca SVT
Por Da redação
22 out 2016, 12h15
Um membro eminente da Academia Sueca criticou nesta sexta-feira o comportamento “arrogante” de Bob Dylan, que ficou em silêncio depois do anúncio de seu Nobel de Literatura, em 13 de outubro. Dylan, de 75 anos, não respondeu às ligações da Academia nem fez qualquer declaração pública sobre o prêmio. “É mal educado e arrogante. É isso que ele é”, disse o acadêmico Per Wästberg à TV pública sueca SVT. “É uma situação absolutamente inédita, mas ele pode se manifestar até a festa”, disse Wästberg sobre a cerimônia de entrega do prêmio, marcada para 10 de dezembro, em Estocolmo.
Na mesma noite do anúncio do Nobel, Dylan fez um show em Las Vegas e se limitou a cantar, sem comentar o prêmio com o público. Ele encerrou a apresentação com a música Why Try to Change me Now? (“Por que tentar me mudar agora?”, em tradução livre), de Frank Sinatra, o que foi visto por alguns como um possível recado de que não mudaria seu jeito avesso ao iconoclasmo — embora, verdade seja dita, ele nunca recuse uma distinção.
Apenas seu perfil no Twitter, que não é alimentado por ele próprio, publicou a decisão da Academia Sueca e a parabenização do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Nesta semana, uma menção ao prêmio foi inserida em seu site oficial, mas retirada horas depois.
Em seu blog, Anders Bárány, membro da Real Academia Sueca de Ciências, que dividiu o Nobel de Ciências, contou que Albert Einstein também ignorou os acadêmicos após seu prêmio de Física, em 1921. Em 1964, o escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre recusou o Nobel de Literatura. Mas uma recusa não muda nada, pois o nome do premiado continua gravado no mármore da lista de ganhadores do Nobel.
(Com agência France-Presse)
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