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“Se não fosse o sobrenome, não teria dez votos”, diz Bolsonaro

Filho do polêmico deputado federal Jair Bolsonaro acredita que a família saiu fortalecida da eleição no Rio rumo a 2018

Por Luísa Bustamante
Atualizado em 10 out 2016, 18h35 - Publicado em 10 out 2016, 18h22

Com quase meio milhão de votos na corrida pela prefeitura do Rio de Janeiro, Flavio Bolsonaro (PSC) é taxativo: o sobrenome de seu pai, o polêmico deputado federal Jair Bolsonaro, foi determinante para que arrebanhasse 14% dos votos nestas disputadas eleições. Não só o dele: o caçula, Carlos, conquistou o segundo mandato como vereador — o mais votado do Rio. “As pessoas escolheram o pacote Bolsonaro. Se me apresentasse como Flavio Nantes (sobrenome da mãe), não teria dez votos”, avaliou ao site de VEJA.

Em seu gabinete, ele e o irmão já pensam na briga por cargos ambiciosos daqui a dois anos. “Essa eleição dá mais gás ainda para 2018. O projeto Jair Bolsonaro presidente mais do que nunca está de pé. E a vaga dele na Câmara dos Deputados ficará aberta. Carlos então se cacifa para deputado federal”, analisou Flavio, que pondera: “Mas tudo ainda precisa ser conversado em família”.

Colecionador de polêmicas, como se arvorar a favor da ditadura militar e ser acusado de incitar o estupro, Jair adota tom mais conservador. Para a Câmara dos Deputados, em 2018, descarta a presença de qualquer Bolsonaro. Também não crava que vai tentar a presidência. “O Flávio volta como deputado estadual em 2018. A gente não vai mais tentar Brasília; a vaga do PSC na Câmara fica aberta. No meu caso, tem o Senado também, não decidi”, diz. Num jogo de empurra, Flavio retruca:“Meu pai está fazendo charminho.”

Os Bolsonaro defendem que o desempenho nessa eleição coroa um crescimento observado na trajetória do clã. Os números pontuam a ascensão, fato que chamou a atenção dos analistas. Carlos estreou como vereador aos 17 anos com 22 355 votos; em 2016, atingiu a marca de 106 657, o dobro do total angariado pela vereadora mais votada em 2012. Flavio foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2002 com 31 293 votos; em 2014, esse número pulou para 160 359 votos. Agora, teve bom desempenho na eleição para a prefeitura carioca. “A gente não precisa fazer campanha. Quando um eleitor ouve meu sobrenome, já sabe quem eu sou e o que defendo. É como um uniforme”, diz ele sobre o desempenho dos filhos na capital. “Nossa rejeição é criada por essa doutrinação da esquerda. Como eles não têm como nos atacar, inventam mentiras e vão massificando nas salas de aula, nas universidades e em grande parte da imprensa”, completa o primogênito. Atenção: trata-se de uma autoavaliação.

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Na atuação legislativa, os três trabalham unidos para defender a marca, digamos assim, Bolsonaro. Carlos, o caçula, diz que o pai foi quem o inspirou a entrar na política. “Desde o início tenho usado meu mandato como braço direito do meu irmão e do meu pai em Brasília”, conta. O vereador traz à esfera municipal discussões que Jair trava na Câmara dos Deputados, como a censura ao caderno Escola sem Homofobia, chamado por eles de “Kit Gay”, material do governo que seria distribuído nas escolas para discutir o preconceito. Entre os projetos de lei de Carlos aprovados na Câmara Municipal está o que proíbe a “distribuição, exposição e divulgação de material didático contendo orientações sobre a diversidade sexual nas escolas de ensino infantil e fundamental”. “O Flávio é uma versão mais light, eu sou mais parecido com o meu pai. O mais importante é que a gente consegue dominar as eventuais divergências e sobreviver há dezesseis anos na política. Desde então, é pancada o tempo inteiro”, diz o vereador.

Artilharia mirada para Freixo

Para o segundo turno no Rio, disputado entre Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (Psol), Flavio diz que ainda não definiu se irá apoiar o primeiro: ”Não vou para a rua pedir voto para o Crivella”, afirma. Mas já está definido que o foco será atacar Freixo. Desde domingo, pai e filhos divulgam uma série de acusações ao candidato socialista nas redes sociais. “O Freixo tem de me agradecer todos os dias. Estou fazendo campanha para ele. Pego um monte de vídeo dele e coloco na internet: é black bloc, legalização das drogas, vale-transporte para parente de preso”, dispara. Jair é mais incisivo: “ A gente é contra tudo que o Psol defende.”

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