#ShowDosAdiantados: candidatos chegam até 4 horas antes no Enem
Com medo de ficarem do lado de fora, muitas pessoas “madrugaram” em frente às universidades
Os portões da Uninove unidade da Barra Funda abriram neste sábado às 11h50, no primeiro dia de realização da prova do Enem. Mas o medo de não entrar até o horário permitido pela organização fez com que alguns estudantes chegassem até 4 horas antes da abertura da universidade.
Luiz Carlos Bessa, de 55 anos, morador da cidade de São Paulo chegou às 8 horas da manhã na Uninove. “Eu preferi chegar mais cedo para ir me preparando para a prova com tranquilidade, sem afobação. Isso também me ajudou a relembrar algumas matérias durante o caminho.” Essa é a segunda vez que Bessa presta o Enem. Na edição de 2014, por meio do Enem, conseguiu uma vaga pelo Fies para cursar Jornalismo na Universidade Anhembi Morumbi no ano passado.
Devido ao atraso dos repasses do governo para a universidade e os problemas com a renovação do contrato, o aposentado teve de trancar o curso no segundo semestre de 2015. Com a nota deste ano, Bessa vai tentar uma vaga no mesmo curso, em outras universidades, utilizando os programas Prouni e Sisu.
As estudantes Ingrid Oliveira, de 17 anos, e Katia de Oliveira, de 20 anos, não se conheciam antes de chegarem à universidade na manhã deste sábado. Ingrid, que mora no Taboão da Serra, acordou às 6h30 da manhã para chegar às 10 horas na Barra Funda. A aprendiz de auxiliar administrativa está concluindo o ensino médio e quer fazer faculdade de arquitetura e engenharia ambiental lamenta: “Não conseguiu dedicar horas de estudo por estar trabalhando”.
Já Katia está prestando o Enem pela segunda vez. Cursando Letras em uma universidade particular, seu sonho é estudar em uma instituição federal em São Paulo ou na Bahia, no mesmo curso. Ela mora em Diadema e, assim como Ingrid, pegou duas conduções. “A gente tinha medo de o transporte público dar algum tipo de problema.”
O haitiano Djamsn Saint Luis, 24 anos, chegou ao Brasil em 2014 e quer cursar Medicina. O candidato, que já trabalha na área de construção civil, estudava pela manhã em um centro comunitário de ajuda a refugiados e trabalhava no período da tarde. “Minha principal dificuldade é na redação e em gramática, por causa da língua. Tem coisas que eu não consigo compreender”, diz. Quando o assunto é biologia, matemática e história, Saint Luis domina.
Família
Silvia Maria Caetano, 47 anos, e José Carlos Caetano, 52 anos, vieram de Diadema acompanhar o filho Leonardo Costa. O
candidato não conseguiu selecionar uma universidade de sua cidade e acabou sendo direcionado para a zona oeste de São Paulo. A família saiu às 9 horas de de casa e chegaram à Uninove às 10h30, quando já havia cerca de 50 pessoas em frente aos portões.
Enquanto Leonardo realiza a prova, os pais vão passear pela região até o filho sair. “Estamos ansiosos, mas tentamos passar tranquilidade para ele, que ficou o ano inteiro estudando só o conteúdo da escola”, contaram.