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No Brasil, ter título de mestrado faz renda aumentar quatro vezes

Pesquisa revela que um mestre ganha R$ 9.179, enquanto a remuneração de um indivíduo empregado, independentemente de seu nível educacional, é de R$ 2.499

Por Da redação
Atualizado em 22 out 2020, 15h57 - Publicado em 7 jul 2016, 08h29

Um brasileiro que detém o título de mestrado ganha, em média, quatro vezes mais que a média dos trabalhadores brasileiros. Se o profissional tiver doutorado, o salário pode ser quase seis vezes maior. A conclusão é do estudo Mestres e Doutores 2015, feito pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), associação sem fins lucrativos ligada ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), que fez um amplo retrato dos pós-graduados brasileiros. O relatório, publicado na última terça-feira, cruzou indicadores como renda, idade e proporção dos pós-graduados entre 1996 e 2014 e revela que, apesar de o número de profissionais com títulos ter crescido, ainda há uma grande distância em relação à média internacional.

Em 2013, por exemplo, a média brasileira foi de 7,6 doutores formados para cada grupo de 100.000 habitantes. Entre as nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas México (4,2) e Chile (3,4) apresentaram desempenho inferior ao Brasil.

“O estudo demonstra que há uma grande distância em relação aos países desenvolvidos, o que nos incentiva a manter e expandir os investimentos”, afirmou a coordenadora do estudo, Sofia Daher.

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Renda – Segundo o relatório, em 2014, a remuneração média dos profissionais com título de mestrado era de 9.719 reais, enquanto os ganhos de um indivíduo com emprego formal, independentemente de seu nível educacional, era 2.449 reais. Isso significa que um mestre recebia praticamente quatro vezes mais do que a média dos trabalhadores brasileiros. Um doutor tinha salário médio de 13.861 reais, ou seja, 5,7 vezes mais do que recebia a média dos trabalhadores do país.

“O elevado diferencial da remuneração dos mestres em relação à dos trabalhadores de todos os níveis educacionais é um indicativo do baixo nível educacional da população e da carência de profissionais mais bem qualificados”, afirma o relatório. O maior salário estava entre os doutores e mestres empregados em entidades empresariais estatais – os doutores ganhavam 19.409 reais e os mestres recebiam em média 14.833 reais. Segundo a pesquisa, em 2009, um mestre ganhava de 8.880 reais, enquanto um doutor tinha a remuneração média de 11.732 reais.

Idade – O número de programas de mestrado e doutorado no Brasil também aumentou durante o período. Em 2014, existiam 3.629 programas de mestrado no país, enquanto em 1996, o número era menos da metade: 1.187. Os cursos de doutorado aumentaram de 630, em 1996, para 1.954 em 2014, um crescimento de 210%.

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A pesquisa analisa ainda a idade com que mestres e doutores se formam no país. Entre 1996 e 2014, a idade dos pós-graduados caiu em média dois anos. Em 2014, os estudantes brasileiros adquiriam o título de mestrado no Brasil com 32,3 anos. Em 1996, isso acontecia aos 33,4 anos. Já o recém-formado no curso de doutorado tinha em média 37 anos em 2014. Em 1996, ele tinha 39.

Segundo o estudo, a queda é importante, mas ainda bem distante do panorama internacional. Em 2014, um americano receberia o título de doutorado pelo menos cinco anos antes. “Quanto mais elevada a idade ao titular, menor deverá ser o número de anos que o indivíduo poderá trabalhar utilizando os conhecimentos adicionais adquiridos nos cursos”, afirma o texto.

A publicação, lançada durante uma sessão especial da 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Porto Seguro, na Bahia, faz parte de um esforço do CGEE para avaliar a formação de profissionais nas áreas de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e subsidiar a formulação de políticas públicas na área. É a quarta edição do estudo, publicado desde 2011.

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