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‘Eu comprava maconha dentro da escola’

Por Marina Dias
16 nov 2009, 16h38

Especialistas alertam: o primeiro contato dos jovens com as drogas pode ser dar na escola ou com amigos da mesma turma. Confira a seguir depoimentos de alunos e ex-alunos de três colégios de classe média e classe média alta de São Paulo: eles contam como entraram em contato com as drogas no interior das escolas e relatam até episódios de tráfico dentro dessas instituições. Os jovens só concordaram em falar com a condição de que seus nomes e os das escolas onde estudam ou estudaram fossem preservados.

“Eu tinha 15 anos quando fumei maconha pela primeira vez. Estava curioso para experimentar e resolvi conversar com um amigo para fumarmos juntos. Eu não sabia nem tragar, e ele teve que me explicar tudo. O lança perfume e a maconha eram as drogas mais comuns entre as pessoas do meu colégio, mas eu nunca fumei dentro da escola: eu e meus amigos saíamos nos intervalos de almoço para fumar em uma praça próxima e depois voltávamos para assistir às aulas da tarde. Dentro da escola, a passagem da droga acontecia sempre antes da aula de educação física, quando os alunos estavam trocando de roupa. Era tudo muito rápido: um cara da minha sala anotava os pedidos e pegava o dinheiro dos interessados para, alguns dias depois, trazer a droga para a gente no banheiro”.

Lucas, 22 anos, ex-aluno

“Na minha escola, tem muita gente que usa droga, principalmente os mais velhos, alunos do ensino médio. A maioria fuma maconha, mas também tem aqueles que usam ecstasy, LSD e lança perfume. Eu já experimentei todas essas drogas, mas nunca usei dentro da escola. Soube de gente que já bebeu antes de ir para a aula ou levou bebida alcoólica dentro de garrafinhas de água e acabou passando mal. Os diretores e professores percebem, é claro, quando isso acontece, porque é fácil reparar na mudança de comportamento dos alunos. Recentemente, um menino foi pego depois de fumar maconha dentro do banheiro e foi expulso do colégio, porque ficou um cheiro muito forte e todo mundo foi ver o que tinha acontecido. As câmeras dos corredores registraram que ele tinha sido o último a entrar. Mas isso não é o mais comum. A venda e o consumo não são feitos dentro da escola, geralmente, os alunos compram e usam antes ou depois das aulas, mas tem gente que compra de pessoas de fora, e aí recebe a mercadoria no portão do colégio”.

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Milena, 14 anos, estudante da oitava série do ensino fundamental

“Até o início deste ano, eu fumava maconha e cigarro periodicamente, mas parei. Hoje, mais da metade da minha classe usa drogas, desde bebidas alcoólicas até maconha. Geralmente, as pessoas não costumam usar drogas dentro da escola, mas no portão o pessoal já fuma cigarro normalmente. No ano passado, houve um caso de três ou quatro alunos que beberam vodka dentro da sala de aula da oitava série e foram suspensos. Também aconteceu de um cheiro forte de maconha subir do banheiro, mas não descobriram quem tinha fumado. Já soube que rolava tráfico de maconha dentro da escola, mas ninguém nunca foi pego, e teve um ano em que a comissão de formatura arrecadava dinheiro especialmente para comprar maconha para a viagem de final de ano”.

Beatriz, 16 anos, estudante do segundo ano do ensino médio

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