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Escola alemã elimina séries e alunos escolhem suas tarefas

A filosofia da Escola Evangélica de Berlim é preparar os alunos para o mercado de trabalho através de disciplinas que incentivam a confiança do estudante

Por Da redação
Atualizado em 22 out 2020, 19h49 - Publicado em 12 jul 2016, 09h15

A Escola Evangélica de Berlim (ESBZ, na sigla em alemão), na Alemanha, está demonstrando na prática que é possível renovar o sistema educacional de uma escola, sem prejudicar a qualidade do que é ensinado para os alunos. Inaugurada em 2007, a instituição não tem divisão por idade escolar e até os 15 anos os alunos não são avaliados por notas.

Segunda a reitora Margret Rasfeld, a filosofia por trás da inovação é preparar os jovens para lidar com as mudanças da sociedade e do mercado de trabalho. “As crianças de 3 e 4 anos estão cheias de confiança e quando iniciam a vida escolar, de alguma forma, os colégios conseguem acabar com essa força interior. A habilidade mais importante que uma escola pode passar para seus alunos é a capacidade de se motivar”, disse a reitora em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

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A principal razão para o sucesso da escola é que o seu método está conseguindo ótimos resultados acadêmicos. A ESBZ costuma estar muito bem qualificada entre as chamadas ‘gesamtschulen’ (institutos de educação integrada) de Berlim. No ano passado, os alunos que se formaram na escola tiveram uma nota média de 2.0 (equivalente à nota 8 nos exames da União Europeia).

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A escola – As grades de matérias têm disciplinas mais abstratas, como o curso “desafio”. Essa aula exige que os estudantes, entre 12 e 14 anos, planejem viagens com 150 euros (aproximadamente 545 reais). O intuito é preparar os alunos para resolver situações que o mundo pode reservar a eles no futuro, fazendo-os desafiar os próprios limites. O aluno Anton Oberländer, de 14 anos, que nunca tinha ficado longe de casa por mais três semanas, viajou para Cornualha, na Inglaterra, no ano passado. Ele afirma que aprendeu mais inglês em sua viagem do que em todos os anos que estudou a disciplina na escola.

Em matemática, os alunos têm as suas habilidades testadas codificando jogos de computadores, em vez de de ter provas da matéria. “Nada mais motivador que o aluno descobrir o significado por trás de um assunto que ele se interessa”, diz a reitora Margret.

Alguns especialistas na Alemanha questionam se os métodos da escola dariam certo em outras culturas, pois afirmam que cada sociedade trata a educação de modo particular. Além disso, afirmam, os alunos da ESBZ vêm de famílias “progressistas” e, dessa forma, seria fácil ensiná-los. Margret rejeita as críticas, afirmando que os alunos de sua escola são bastante heterogêneos – apenas um terço dos estudantes é batizado, 30% vêm de famílias de imigrantes e 7% moram em casas onde o alemão não é falado.

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A reitora disse que professores da escola estão desenvolvendo materiais didáticos para as instituições que querem seguir o exemplo da ESBZ. Cerca de quarenta escolas na Alemanha estão modificando suas grades escolares e filosofia educacional, seguindo o modelo da Escola Evangélica de Berlim. “É preciso que escolas mostrem que querem mudar para demonstrar que é possível fazer a diferença na educação”, completou Margret.

Quando foi inaugurada, a ESBZ tinha apenas 16 alunos. Atualmente, a instituição tem 500 alunos matriculados e existe uma lista de espera com novos interessados em estudar na escola no próximo ano letivo.

No Brasil – A Escola Politeia, na zona oeste de São Paulo, permite que os alunos se aprofundem em temas que lhes interessam. Não há um limite de quanto o aluno pode imergir no assunto e ele decide quando deve parar a pesquisa. Esse caminho autônomo e imprevisível trilhado pelos estudantes faz com que o aprendizado do jovem seja ampliado em diversas disciplinas, segundo os professores da escola. A instituição atende alunos do ensino fundamental.

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