Ganha uma bolsa de estudos quem errar o autor da seguinte sentença: “Se eu falar para algum de vocês que eu tenho um armarinho e que eu compro todos os seus fecho ecleres e botões, vocês vão achar uma porção de gente para me vender fecho ecler e botão. Culpa de quem? De quem comprar do armarinho”. O estilo é inconfundível: trata-se da presidente Dilma Rousseff, em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, no Pará, para explicar um dos problemas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Na confusa analogia, parece que os fechos ecleres são as vagas, o armarinho, as faculdades, e… talvez não seja nada disso.
Na parte de sua fala com algum sentido, a presidente afirmou, mais uma vez, que o governo falhou ao deixar o controle das matrículas a cargo das universidades privadas. Reiterou que o governo não vai oferecer recursos do Fies para faculdades que tiveram reajuste das mensalidades superior a 6,4% e que o programa também não deve financiar estudantes que obtiveram nota zero na redação do Enem. “O governo federal não pode tirar dinheiro dos contribuintes para dar financiamento para quem tem zero em português. Não há hipótese de a gente financiar zero em português”, disse a cliente do armarinho, ou melhor, a presidente. Vale dizer que durante vários anos o programa fez exatamente isso: liberou recursos sem adotar nenhum critério de avaliação do aluno. (Da redação)