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“A escola que temos não faz sentido”, diz a presidente do Inep

No comando do Enem, Maria Inês Fini indica o que é importante no ranking e defende um novo modelo de ensino médio

Por Monica Weinberg
Atualizado em 4 out 2016, 17h20 - Publicado em 4 out 2016, 16h17

Há cinco meses como presidente do Inep, o instituto dedicado às avaliações do ensino ligado ao Ministério da Educação (MEC), Maria Inês Fini comanda a gigantesca engrenagem do Enem, exame que ela mesma criou, em 2008, no governo Fernando Henrique Cardoso. Tinha então o propósito de aferir o desempenho dos estudantes do ensino médio. Agora passaporte de entrada para as grandes universidades do país, o Enem atraiu 8 milhões de estudantes na última edição. A VEJA, Maria Inês concedeu uma entrevista em que não poupou adjetivos – negativos – ao analisar os resultados divulgados nesta terça-feira.

Quase 40% das escolas avaliadas no Enem receberam nota vermelha. Onde está o erro? No próprio modelo de ensino médio. Esse resultado mostra que a escola que temos no Brasil não serve aos jovens. E não adianta fazer remendo. Uma reforma é urgente.

Isso vale para escolas públicas e particulares? Sem dúvida. Mesmo as particulares estão muito distantes do ideal. O ensino médio brasileiro é maçante e ineficiente.

Ainda assim, os colégios privados vão bem melhor do que os públicos. Isso a preocupa? Muito. O aluno da escola particular pode receber em casa os estímulos que o professor não dá, mas o da pública, não. Ele depende do que é ensinado na sala de aula. O Enem mostra que esses jovens estão aprendendo pouco e se perdendo no meio do caminho.

Com base em que diz isso? A metade dos estudantes de escola pública que chega ao final do ensino médio não faz o Enem. Ou seja: uma multidão de jovens não vê a possibilidade de continuar estudando. Certamente o descompasso da escola com seus projetos contribui para isso.

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O que pais que querem matricular o filho no ensino médio devem observar no ranking do Enem? A nota da escola, claro, mas não só ela. Divulgamos outros dados fundamentais. É importante olhar para aquela coluna que indica o período em que os alunos examinados permaneceram no colégio; quanto mais, melhor. Também mostramos a formação dos professores, um item crucial. Agora, para escolher mesmo, é preciso visitar escola a escola e entender a linha pedagógica de cada uma.

O que chama atenção nas escolas que aparecem no topo do ranking? Muitas são como cursinhos pré-vestibulares, inteiramente voltadas para o Enem, que reflete um modelo enciclopédico de escola. Eu pergunto: qual é o sentido dessa maratona toda?

Como presidente do Inep, qual é a sua resposta? Essa maratona não faz sentido. Precisamos de uma nova escola de ensino médio e de um Enem melhor.

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