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Viagens corporativas perdem terreno no país

Em dois anos, a participação desse segmento no faturamento doméstico da Latam e da Gol caiu mais de dez pontos porcentuais

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h54 - Publicado em 9 dez 2016, 10h09

A demanda por passagens aéreas para o segmento corporativo continua perdendo fôlego e deve encerrar este ano com queda de dois dígitos. No acumulado do ano até setembro, as vendas para esse setor diminuíram 10%, em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2015, houve um recuo de 11%. Historicamente, esse perfil de cliente era a principal fonte de receita das empresas aéreas.

Em dois anos, a participação desse segmento no faturamento doméstico da Latam e da Gol caiu mais de dez pontos porcentuais. Na Latam, passou de uma média que variava entre 60% e 70% para 45% a 50% da receita. Na Gol, a parcela hoje está em 55%, depois de chegar a 64% em meados de 2014.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Viagens Corporativas (Abracorp), Rubens Schwartzmann, a crise no segmento se acentuou a partir de março deste ano. Em períodos de recessão, as viagens estão entre os primeiros itens cortados pelas empresas, que estão também dificultando o processo de aprovação dos deslocamentos. “Hoje, há empresas em que só o presidente tem autoridade para isso”, diz Schwartzmann.

A venda de passagens a pessoas jurídicas é importante para as aéreas, uma vez que reduz a sazonalidade do setor. Ao contrário dos passageiros de lazer, que concentram suas viagens em dezembro, janeiro, fevereiro e julho, os de negócio viajam o ano todo.

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O segmento corporativo também costuma pagar mais caro pelos bilhetes. Enquanto o viajante de férias compra uma passagem com uma antecedência de 30 a 90 dias, muitos executivos marcam seus bilhetes em cima da hora. “Há, por exemplo, técnicos que prestam assistência técnica a equipamentos. Esses não têm como prever quando terão de viajar”, diz o vice-presidente de vendas e marketing da Gol, Eduardo Bernardes.

O preço das passagens, segundo Schwartzmann, é o principal atrativo para as empresas, seguido do horário adequado dos voos. “Hoje, o que elas (as empresas) querem é redução de custo.” Diante do desempenho fraco do segmento, as aéreas reforçaram suas estratégias na briga por esse mercado e ampliaram seus serviços, adotando mais salas VIP, poltronas menos apertadas e até reportagens na revista de bordo destinadas ao público executivo.

Apresentação

A Gol, famosa por não servir lanchinhos gratuitos a bordo, inaugurou em outubro uma sala VIP no embarque doméstico do aeroporto de Guarulhos e, no início de 2017, também terá uma no Galeão – até então, esses espaços de espera existiam nos terminais internacionais. No mês passado, a companhia promoveu, pela primeira vez, um evento para apresentar seu trabalho a agências de viagens corporativas e agora se prepara para instalar bancos de couro em toda a frota. Apesar das melhorias, a Gol diz que manterá preços competitivos.

A empresa surgiu em 2001 como uma aérea de baixo custo, mas vem modificando sua posição no mercado e adotando o perfil mais corporativo desde que Paulo Kakinoff assumiu a presidência, em 2012. “Estamos fazendo investimentos para atrair esse cliente, que é de grande relevância e voa o ano todo, não é tão sazonal como o de lazer”, reforça Bernardes.

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A Latam, que prevê recuperação do segmento em 2017 e já tinha um posicionamento voltado para o corporativo, tem um aplicativo que permite ao cliente acessar o sistema de entretenimento em seu próprio celular.

Para o vice-presidente da Avianca Brasil, Tarcísio Gargioni, a área corporativa é prioridade para todo o setor aéreo. De acordo com ele, a recuperação do segmento será tímida em 2017. A empresa pretende ter, até o fim do ano que vem, Wi-Fi em todas as aeronaves. Hoje, o serviço está disponível em duas das 42 que voam no País. A Azul não quis comentar o assunto.

(Com Estadão Conteúdo)

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