Vendas de imóveis novos caem 45,3% em São Paulo
Balanço do 1º trimestre de 2014 reflete incertezas quanto à economia nacional e revisão do Plano Diretor da cidade, avalia representante do setor imobiliário
Os negócios imobiliários na capital paulista esfriaram nos primeiros meses do ano. As vendas de imóveis residenciais novos somaram 3.755 unidades no primeiro trimestre de 2014, resultado que representa uma queda de 45,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Os lançamentos totalizaram 3.908 unidades nos três primeiros meses deste ano, redução de 26,6%, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).
Levando em conta apenas março, as vendas chegaram a 1.744 unidades, queda de 57,3% em relação ao mesmo mês em 2013. Os lançamentos totalizaram 2.555 unidades, redução de 10,2%.
“O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo apresentou sinais de recuperação em março, diante de janeiro e fevereiro, meses tipicamente (…) de baixo volume movimentado. O resultado, porém, ficou aquém dos excelentes números de março de 2013”, disse o Secovi em nota.
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Os resultados mais fracos estão ligados às incertezas quanto aos rumos da economia nacional, com perspectivas de queda do Produto Interno Bruto (PIB) e pressão inflacionária, na avaliação de Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.
Ele acrescentou que os custos com aquisição de terrenos, acrescidos das contrapartidas exigidas pela administração municipal, pressionam os preços dos imóveis para cima, mesmo considerando o aumento de renda da população nos últimos anos.
Além disso, segundo Kallas, os debates envolvendo a revisão do Plano Diretor Estratégico do município geram um cenário preocupante, em razão de eventuais dificuldades que poderão reduzir o ritmo da atividade imobiliária na capital e restringir seu público para uma faixa de maior poder aquisitivo.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)