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Vale anuncia maior investimento privado da história do país

Projeto na serra sul de Carajá, no Pará, elevará produção de minério de ferro da empresa em mais de 40% até 2017

Por Da Redação
27 jun 2012, 19h32

Projeto prevê investimentos de 40 bilhões de reais, incluindo gastos de 23,5 bilhões de reais em obras de ferrovia e porto

Volume adicional de minério de ferro atingirá 460 milhões de t até 2017

Início de operações está programado para a segunda metade de 2016

A Vale prevê elevar a produção de minério de ferro para 460 milhões de toneladas até 2017, o que implica um crescimento de mais de 40% ante o nível do ano passado. Grande parte do volume adicional virá do bilionário projeto da mineradora na serra sul de Carajás, no Pará.

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A previsão foi feita nesta quarta-feira por executivos da empresa em teleconferência para comentar a licença ambiental recebida no mesmo dia para o projeto. O licenciamento é o primeiro passo para o início da construção, que prevê investimentos totais de 40 bilhões de reais, incluindo gastos de 23,5 bilhões de reais em obras de ferrovia e porto.

“É o maior investimento do setor privado da história do país”, disse o presidente da Vale, Murilo Ferreira, após ter se reunido com a presidente da Dilma Rousseff, para quem o projeto foi detalhado nesta quarta.

O projeto, também o maior da história da Vale, tem investimento estimado 16,5 bilhões de reais para desenvolvimento de mina e usina de processamento, e o início de operações está programado para a segunda metade de 2016.

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A capacidade nominal do projeto de Carajás – a maior produtora global de minério de ferro – é de 90 milhões de toneladas ano. Na região já está a principal mina de minério da empresa, com produção de 109,8 milhões de toneladas em 2011. A mineradora produziu 322,6 milhões de toneladas de minério de ferro no ano passado.

Licença de instalação – O passo seguinte no processo de licenciamento ambiental é a obtenção da licença de instalação (LI), o que viabilizará o início das obras de construção da usina. A Vale prevê obter a LI entre seis meses e um ano.

A companhia executará o projeto com recursos próprios e também com todas as suas linhas de financiamentos disponíveis, segundo Ferreira. As ações da Vale fecharam em queda de 0,23% nesta quarta-feira, menor que a baixa do Ibovespa (-1,35 por cento).

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Competitividade – Após a conclusão do projeto de Carajás, a logística na área poderá movimentar 230 milhões de toneladas anuais de minério de ferro. “Carajás oferece a melhor plataforma de crescimento de minério de ferro no mundo, combinando substancial volume de reservas provadas e prováveis, 4,239 bilhões de toneladas métricas, e baixo custo operacional resultante da alta qualidade do depósito mineral e do eficiente sistema logístico para transporte a longa distância”, afirmou a Vale em nota.

Segundo a companhia, o projeto estabelecerá base para a construção, ao longo do tempo, de novas plataformas de criação de valor, dando sustentação à manutenção no longo prazo da liderança da Vale no mercado global de minério de ferro. “O minério de ferro de alta qualidade de Carajás apresenta menores custos operacionais e valor em uso superior para a indústria do aço, pois implica maior produtividade e menor consumo de combustível e emissões de carbono, o que… contribui para a sustentabilidade ao longo da cadeia produtiva”, afirmou a Vale.

Segundo o diretor de Ferrosos e Estratégia da Vale, José Carlos Martins, a qualidade do minério de ferro do projeto será melhor que a obtida na atual produção da companhia em Carajás, de onde já se extrai um dos melhores minérios do mundo. Os diretores destacaram na conferência que o projeto combina competitividade de custo com sustentabilidade ambiental. “É um divisor de água na indústria, é um greenfield com tecnologia inovadora, e os pontos altos do projeto são as tecnologias sustentáveis. Nunca houve um projeto desenvolvido com tanta preocupação ambiental. É um projeto com um custo operacional extremamente competitivo…”, afirmou Martins.

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Quando estiverem operacionais, a mina e a usina do projeto produzirão com economia de 93% e 77%, respectivamente, no consumo de água e combustível – haverá uma esteira para o transporte do minério -, possibilitando a redução de 50% na emissão de gases de efeito estufa, quando comparado aos métodos convencionais.

Pecém – A Companhia Siderúrgica do Pecém – projeto de sociedade da Vale com as coreanas Dongkuk e Posco no Ceará – terá sua construção iniciada em 17 de julho, informou Ferreira. “A partir de 17 de julho, vamos ter o andamento físico do projeto”, declarou.

Sobre o projeto da Aços Laminados do Pará (Alpa), o presidente da mineradora afirmou que a terraplenagem foi toda feita e o projeto de engenharia está “muito desenvolvido”. “Já gastamos 300 milhões de dólares só com isso. Estamos lá para fazer o projeto da Alpa e essa decisão não foi dada hoje”.

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Segundo o executivo, as fundações da usina ainda não começaram porque faltam definições sobre logística. “Você não pode colocar alguns bilhões de dólares no projeto para depois pensar em como vai receber o carvão e como vamos escoar o produto siderúrgico.” Ferreira disse confiar que as autoridades paraenses terão uma definição sobre o assunto nos próximos meses, o que permitiria à Vale seguir em frente com o projeto.

Questionado sobre a origem dos investimentos que serão aplicados pela Vale no projeto S11D, em Carajás, Ferreira revelou que serão utilizados recursos de geração de caixa, além de linhas de financiamento. Ele citou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de linhas no Canadá, sem dar detalhes, e mencionou a possibilidade de emissão de bônus. A estruturação da operação ainda depende de planejamento da área financeira.

(com Reuters e Agência Estado)

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