Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Tesouro no governo Dilma deu garantias a quase US$ 40 bilhões das dívidas externas dos Estados

O crescimento acelerado das garantias só foi interrompido em 2015, quando o ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fechou a torneira do crédito dos governos regionais

Por Da Redação
1 jun 2016, 11h21

O Tesouro Nacional concedeu 39,8 bilhões de dólares em garantias aos governos estaduais e municipais entre 2004 e 2015 para empréstimos no mercado internacional. Boa parte desse valor é resultado da política do governo Dilma Rousseff de conceder estímulos aos Estados, entre 2012 e 2014, para acelerar o crescimento da economia.

Só em 2012 o governo federal garantiu financiamentos de 11,27 bilhões de dólares – volume superior a todo o crédito externo avalizado pela União para governadores e prefeitos entre 2004 e 2009, como mostra levantamento do Tesouro Nacional.

O crescimento acelerado das garantias só foi interrompido em 2015, quando o ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fechou a torneira do crédito dos governos regionais para ajudar a melhorar o resultado fiscal, já deficitário. Com esse represamento, a promessa do governo foi de aumentar as liberações de garantias em 2016.

Com a crise das finanças dos Estados, as garantias da União entraram no radar de riscos, principalmente depois que o governo federal foi obrigado a honrar 8,3 milhões de dólares relativos a uma dívida em atraso do Estado do Rio de Janeiro com a Agência Francesa de Desenvolvimento que venceu na semana passada.

A preocupação agora é que outros Estados, também com dificuldades de fluxo de caixa, façam o mesmo. Isso poderia comprometer ainda mais a percepção de risco dos investidores justamente no momento em que a nova equipe econômica busca ganhar confiança para reverter a crise brasileira.

Continua após a publicidade

Na lembrança dos investidores ainda é forte o trauma provocado pela decisão do ex-presidente Itamar Franco, quando governador de Minas Gerais, de decretar moratória em 1999, forçando o governo federal a ter de honrar alguns compromissos externos. O episódio provocou turbulência no mercado e contribuiu para agravar a crise brasileira naquele momento.

Leia também:

OCDE piora projeção para PIB do Brasil em 2016 e 2017

PIB do Brasil recua 0,3% no 1º trimestre, diz IBGE

Continua após a publicidade

Pelos dados do Tesouro, a União garantiu 4,31 bilhões de dólares em empréstimos do Estado do Rio de Janeiro entre 2010 e 2014. Novas garantias foram dadas este ano para o governo fluminense, mas o valor não está ainda disponível. O Estado de São Paulo, somente com operações em dólares, tem 5,6 bilhões de dólares garantidos pelo Tesouro, entre 2010 e 2014. O Estado tem outras duas operações, que somam ¤ 411 milhões.

Em 2012, no pico da concessão de garantias, o Tribunal de Contas da União (TCU) notificou a Fazenda sobre as fianças dadas pela União a Estados que não apresentassem capacidade de pagamento. O então secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, chegou a dizer que respeitava as preocupações do TCU, mas que o sistema era bastante eficiente.

Pelo levantamento do Tesouro, as concessões de garantias sobem para 44,6 bilhões de dólares com o acréscimo nessa conta dos financiamentos externos de entidades federais, como empresas estatais. Somente as fianças externas para o grupo Eletrobrás, que passa também por crise financeira, somam 623,6 milhões de dólares, além de outra operação de 34,8 milhões em euros.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.