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Telebras tenta escapar da privatização

Reativada em 2010, empresa ressurgiu para levar internet de qualidade a todos os cantos do país, mas fechou no prejuízo em quase todos os anos desde então

Por Da redação
19 out 2016, 10h50

A Telebras, operadora de infraestrutura de internet do governo federal, está tentando ficar de fora dos atuais planos de privatização do governo do presidente Michel Temer. Na última terça-feira, o diretor técnico operacional da empresa, Jarbas Valente, mostrou os novos planos da companhia de economia mista durante a Futurecom, principal evento do setor de TI e telecomunicações na América Latina. A empresa está tentando sair do vermelho e se mostra alinhada com as novas tecnologias de conexão de banda larga.

“Nunca ouvi uma palavra do governo sobre privatização”, disse Valente ao jornal O Estado de S. Paulo durante a Futurecom, principal congresso de TI e telecomunicações da América Latina, em São Paulo. Apesar das negativas, rumores sobre a privatização da companhia circulam no mercado desde maio, quando Temer publicou um documento com propostas do PMDB para o governo federal. Entre as diretrizes, a que mais chamou a atenção à época foi a de “privatizar tudo o que for possível”.

Os resultados financeiros negativos nos últimos anos estão entre os motivos que fizeram a Telebras entrar na lista de possíveis candidatas à sua segunda privatização – a primeira vez foi em 1995, depois de décadas de monopólio dos serviços de telecomunicações no país.

Reativada em 2010, durante o governo Lula, a empresa ressurgiu com o objetivo de levar internet de qualidade para todos os cantos do país. Desde então, porém, poucos projetos viraram realidade e muito dinheiro foi perdido. Até 2015, a empresa acumulou perdas de 500 milhões de reais – apenas em 2012 a Telebrás teve resultados positivos. Em 2016, só nos primeiros seis meses, a Telebrás já está com um prejuízo acumulado de 156 milhões de reais.

“O Estado, com a atual crise, não tem motivo para continuar com a Telebrás”, afirma Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco. “Uma estatal como ela demanda muito investimento. E não vejo mais o governo colocando dinheiro nisso.”

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Nova estratégia

Para reverter o quadro e alavancar projetos, a empresa mudou de estratégia. Durante a Futurecom, Valente apresentou um novo plano de metas da companhia – é a primeira vez que um planejamento do tipo é incluído no plano de negócios da Telebrás. “Passamos a traçar um plano para otimizar a nossa transformação”, disse o executivo. “Precisamos evoluir, ampliar a capacidade de rede e, principalmente, melhorar a cultura do cumprimento dos prazos.”

Ele admitiu que este tipo de iniciativa é comum na iniciativa privada, mas não costuma ser implementado nas estatais. ” Precisamos mudar isso para reforçar a imagem da Telebras e torná-la atraente.”

Entre os projetos da estatal está o primeiro satélite geoestacionário brasileiro, que terá capacidade para transmitir 54 gigabits por segundo e fará transmissões na banda Ka, voltada a serviços de telecomunicações. De acordo com a Telebras, o satélite fornecerá banda larga para os mais de 5.500 municípios brasileiros.

O projeto do satélite começou em novembro de 2013 e, até agora, recebeu investimento de 2,3 bilhões de reais – 27% a mais que o previsto, por causa da alta do dólar. Ele deve ser lançado, finalmente, no primeiro trimestre de 2017 – a previsão inicial era de que o sistema seria entregue ainda em 2016. “Com o satélite, vamos alcançar cidades que nunca tiveram acesso à internet”, afirma Valente.

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A Telebras quer ainda ampliar outros dois antigos projetos relacionados à estrutura da internet. O primeiro é o do cabo submarino que vai ligar a cidade de Santos, em São Paulo, a Lisboa, em Portugal. Em desenvolvimento desde 2015, o cabo feito em parceria com a Islalink deverá ser entregue ainda no começo de 2017, com quase 9.300 quilômetros de extensão. O investimento previsto é de 250 milhões de dólares. Além disso, a Telebras quer aumentar o alcance da rede de fibra ótica no país, um dos poucos programas realizados pela empresa que visa a atender diretamente os usuários finais.

Com uma rede de cerca de 28.000 quilômetros e dezessete cidades atendidas, a estatal quer levar a rede para outros lugares do país, conectando regiões sem internet – como a Amazônia, que já recebeu fibra óptica em dois municípios, conectando 144.000 pessoas – e escolas, com o programa Minha Escola mais Inteligente, que está em fase de testes e projeta conectar 30.000 escolas até 2019.

(Com Estadão Conteúdo)

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