Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Taxa de retorno para as rodovias deveria ir para 8,3%, diz especialista

Estudo feito por professor do Insper aponta que taxa ideal está longe da colocada pelo governo, de 7,2%

Por Da Redação
27 jun 2013, 15h32

A instabilidade financeira, política e regulatória já estaria pressionando o valor da taxa interna de retorno das concessões públicas. O porcentual de 7,2%, oferecido pelo governo para a concessão de rodovias, por exemplo, já seria insuficiente para remunerar os investidores. O valor considerado mais justo teria passado para 8,3%. Em entrevista ao site de VEJA, o presidente da Empresa de Planejamento Logístico (EPL) explicou que o perfil da concessão de rodovias dos primeiros lotes a serem licitados já está fechado e que a taxa de 7,2% envolve diversos componentes que foram alinhados com o próprio mercado em reuniões nos últimos meses.

O cálculo foi feito pelo economista Antonio Zoratto Sanvicente, professor do Insper e especialista em análise do custo de capital em projetos de investimento de empresas. Segundo Sanvicente, a taxa subiu porque dois riscos importantes aumentaram em curto espaço de tempo. O primeiro deles foi o risco externo. “Os investidores estão atentos à mudança de política monetária nos Estados Unidos e retirando recursos de países emergentes, como o Brasil”, diz Sanvicente. “Esse movimento reduziu o preço das ações no Brasil – e o preço das ações precisa ser levado em consideração quando se faz o cálculo.”

O outro risco é regulatório e tem forte componente político: o fato do poder público suspender reajustes de tarifas, especialmente de transporte, após os protestos. Mesmo que as empresas sejam ressarcidas com subsídios, já não se sabe se contratos de concessões vão ser cumpridos à risca. “As manifestações trouxeram um risco novo e quanto maior o risco, maior o preço”, diz Sanvicente.

Leia mais:

Juro de concessão de estradas subirá para atrair bancos

Continua após a publicidade

Para fazer o cálculo da taxa de retorno, Sanvicente utilizou indicadores como a variação do mercado acionário no Brasil, o risco país e o valor dos títulos do Tesouro americano na última segunda-feira. O governo adota os mesmos indicadores, mas como uma diferença: em vez de utilizar valores atuais, recorre a médias históricas. “Essa metodologia distorce o resultado, porque não lê a realidade do momento atual”, diz o Sanvicente. O risco cambial não foi utilizado pelo professor porque há quase três anos o governo deixou de considerá-lo.

Definir a taxa de retorno do investimento em concessões públicas tem se mostrado um problema no governo de Dilma Rousseff. Inicialmente, foi oferecida uma taxa de 5,5%, considerada insuficiente pelos investidores. Preocupado em tirar as concessões do papel, o governo aceitou rever o valor e subiu a taxa para 7,2% em 13 de maio.

Leia ainda: Governo aprova estudos para concessão de rodovias

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.