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Suicídio de funcionária faz CEO de empresa japonesa deixar o cargo

A jovem trabalhava na Dentsu, a maior agência de publicidade japonesa, e ficou depressiva por excesso de trabalho na empresa

Por Da redação
Atualizado em 30 dez 2016, 17h57 - Publicado em 30 dez 2016, 17h56

O presidente da Dentsu, maior agência de publicidade do Japão, decidiu renunciar depois que uma jovem funcionária morreu “por excesso de trabalho”, um suicídio que levou a investigações de autoridades e novas críticas sobre a cultura de horas extras do país.

Matsuri Takahashi, uma promissora graduada da principal universidade do Japão, se matou em dezembro de 2015, deixando para trás uma série de queixas sobre dias implacáveis. Ela registrou 105 horas extras em outubro de 2015, antes de tornar-se depressiva.

A morte da jovem, considerada pelo governo japonês como “karoshi” ou morte por excesso de trabalho, fez autoridades organizarem buscas nos escritórios da Dentsu, mas também a criação do primeiro documento do governo com diretrizes para enfrentamento do assunto.

Neste documento, o governo afirma que em um país que impõe poucos limites sobre os funcionários com relação a horas extras e pagamento, mais de um quinto das companhias tinham empregados que faziam mais de 80 horas extras em um mês, o limite permitido pelo governo.

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“É lamentável que não possamos evitar o excesso de trabalho de um novo funcionário”, disse o presidente da Dentsu, Tadashi Ishii, a jornalistas. “Como forma de assumir completa responsabilidade, eu vou apresentar minha renúncia na reunião do conselho de administração em janeiro.”

A renúncia de Ishii vem no momento em que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, está promovendo uma campanha de grande alcance para reformar as leis trabalhistas do Japão, o que poderia incluir uma regulamentação mais restrita para as horas extras.

O trabalho árduo e o sacrifício têm sido sinônimos de Japão. Os trabalhadores sentem frequentemente uma dívida de gratidão por terem sido contratos e relutam em se demitir mesmo se as condições de trabalho são ruins. Outros, especialmente os novos contratados, sentem que têm de trabalhar mais horas do que seus colegas para serem promovidos.

A mãe de Takahashi, Yukimi, disse em comunicado divulgado à imprensa por seus advogados no domingo que ela quer “mudar a consciência de cada trabalhador no Japão”. O comunicado foi divulgado no aniversário de um ano da morte de sua filha.

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Nos anos mais recentes, o governo tem revisado leis trabalhistas para encorajar jornadas menores, mas críticos afirmam que as medidas ainda dependem muito da regulação de cada empresa. Dados oficiais japoneses afirmam que mais de 2.000 pessoas cometeram suicídio anualmente. O motivo das mortes foi estresse do trabalho excessivo.

O Japão considera oficialmente dois tipos de karoshi: morte por doença cardiovascular ligada ao excesso de trabalho e suicídio após estresse relacionado ao trabalho.

(Com Agência Reuters)

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