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Sem surpresas, Copom mantém Selic em 11% ao ano

Em decisão unânime, BC aponta perspectiva para a inflação como principal fator que influenciou a manutenção da taxa

Por Da Redação
16 jul 2014, 20h15

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reiterou o fim do aperto monetário dos últimos 14 meses e manteve a taxa Selic em 11% ao ano. A decisão foi unânime, sem viés – ou seja, é válida até o próximo encontro, em 2 e 3 de setembro. Trata-se da segunda vez que o Comitê mantém o juro básico da economia em 11%. A Selic chegou em tal patamar na reunião de abril deste ano. A autoridade monetária iniciou a trajetória de subida em abril do ano passado, quando a taxa de juros passou de 7,25% (mínima histórica) para 7,5%. No governo de Dilma Rousseff, que assumiu a presidência com a Selic a 10,75%, a maior taxa, de 12,5%, foi vista em julho de 2011.

Em nota divulgada logo após a reunião, o Banco Central afirmou que “avaliando a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, manter a taxa Selic em 11% ao ano”. Votaram por essa decisão o presidente do BC, Alexandre Tombini, e os diretores Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.

Desde o último encontro do Copom, em maio, os analistas davam como certa a manutenção da taxa Selic em 11%. A certeza estava na ata divulgada após a última decisão, quando o BC admitiu que a inflação ainda é uma realidade persistente no Brasil e que o consumo tende a desacelerar. “Para combater essas e outras pressões inflacionárias, nos últimos doze meses as condições monetárias foram apertadas, mas o Comitê avalia que os efeitos da elevação da taxa Selic sobre a inflação, em parte, ainda estão por se materializar. Além disso, é plausível afirmar que, na presença de níveis de confiança relativamente modestos, os efeitos das ações de política monetária sobre a inflação tendem a ser potencializados”, informou o documento.

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O Relatório de Inflação do segundo trimestre publicado pelo BC indicou um cenário de juros estáveis, pelo menos ao longo de 2014 e 2015. Segundo a equipe de análise do Itaú BBA, a autoridade monetária dá indícios ainda de que a Selic deve se manter em 11% até 2016, quando a inflação pode dar mostras de convergência para o centro da meta, que é de 4,5% ao ano. Atualmente, o IPCA, que mede a inflação oficial, está em 6,51% no acumulado de doze meses, ultrapassando o teto da meta, que é de 6,5%. Para o economista-chefe do Itaú BBA, Ilan Goldfajn, no entanto, seria necessário a retomada da alta dos juros para que o BC atinja o objetivo esperado em 2016. “Para reduzir o risco e levar a inflação de volta para o centro da meta, julgamos que seria necessário que o Copom retomasse o ciclo de alta de juros em 2015”, afirma Goldfajn, em relatório enviado a investidores. A avaliação de que uma retomada da trajetória de alta nos juros é necessária em 2015 consta da análise de outras instituições financeiras, como banco Pine, Fator e Goldman Sachs.

De acordo com os economistas, diante da desaceleração econômica e do aumento dos preços, o mais recomendável é manter a taxa onde está apenas em 2014, até que o quadro inflacionário – e também eleitoral – seja mais claro. Os profissionais citam, ainda, que toda a comunicação do Banco Central alimenta a ideia de estabilidade, principalmente quando, em discursos e nos documentos, a autoridade monetária reforça que os resultados da política monetária se manifestam com defasagem. Isso significa que os efeitos da alta dos juros do ano passado estão sendo sentidos na economia apenas este ano.

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