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Saiba como investir em títulos públicos no Tesouro Direto

Títulos públicos têm ganhado atratividade com a queda da Selic, que diminuiu os ganhos da poupança; modalidade é considerada o ativo mais seguro que existe

Por Felipe Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 set 2018, 16h12 - Publicado em 12 nov 2017, 08h06

Títulos da dívida pública são uma categoria tradicional de investimento de baixo risco e que vem ganhando adeptos. No último ano, o número de cadastrados no sistema Tesouro Direto cresceu 62%, para 1,66 milhão de usuários em setembro. Quem investe nesses papéis está emprestando dinheiro para o governo fechar as contas, para receber juros por isso.

Com a queda da Selic para 7,50%, a atratividade desse tipo de papel aumenta frente ao investimento de baixo risco mais popular, a poupança. Isso porque a remuneração das cadernetas cai quando a taxa de juros fica abaixo de 8,50% (compare o rendimento de outras aplicações aqui).

Nos últimos 10 anos, um título atrelado ao IPCA com vencimento em 2024  teve ganho equivalente a 269,84%, enquanto o Ibovespa oscilou 13,76% no período. Os ganhos passados, no entanto, não garantem que uma vantagem do mesmo tipo vá acontecer no futuro, alertam especialistas.

Tipos

Os títulos são oferecidos com regras diferentes que determinam o quanto será pago por eles na data do seu vencimento, ou seja, no prazo para os quais são oferecidos. Existem três principais: pré-fixados, pós-fixados definidos pela inflação (IPCA) e pós-fixados com ganho definido pela taxa Selic.

Os pré-fixados são oferecidos com uma taxa de rendimento que é acertada já no momento da compra. O cálculo é feito tentando estimar qual será o comportamento da Selic no momento do vencimento. Podem ser do tipo LTN (rendimento só no fim do prazo) ou NTNF (que pagam juros semestrais, adicionalmente).

O Tesouro IPCA , é um título que paga parte do seu rendimento segundo duas contas: parte do retorno é definida por uma taxa prefixada, e parte pela variação da inflação medida no período (IPCA). É indicado para aplicações de prazo mais longo, como reservas para a aposentadoria. A vantagem é que protege os recursos da perda de valor da inflação, além de render juros. “Imaginando que o Brasil vai percorrer uma taxa de inflação comportada (4% a 4,5%), vai ter um ganho considerável”, calcula Renan Lima, planejador financeiro da Planejar. Também tem duas versões atualmente: NTN-B Principal (rendimento só no fim do prazo) e NTN-B (com rendimento semestral extra).

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Já o Tesouro Selic busca igualar a taxa Selic do período. A vantagem desse papel é que, como seu preço de mercado varia de acordo com a taxa, o risco de perdas em caso de venda antecipada é menor. “É muito apropriado para objetivos como guardar dinheiro para trocar o carro ou para viajar”, diz Lima.

Ganhos

Por seu baixo risco, os títulos públicos geralmente oferecem prêmios (ou seja, os juros) menores que o de outras aplicações como fundos multimercados (que investem em ativos de diversos tipos) e fundos de ações. Mesmo assim, o rendimento dos títulos públicos, por ser mais previsível e constante, pode ser atrativo em momentos de turbulência.

Em tese, o ganho dos três tipos de papel é o mesmo, pois tentam prever o comportamento da Taxa Selic. Assim, a variação diária do preço, que ocorre influenciada pela demanda, também já antecipa os movimentos futuros da economia “O mercado financeiro não deixa dinheiro ‘na mesa’. Ele já incluiu a queda nos seus cálculos de taxas de juros”, diz Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper.

É possível aumentar os ganhos apostando que a taxa de juros vai ter um comportamento diferente do que preveem os analisas. “Se a pessoa estiver mais otimista que o mercado está em relação à queda de juros, há oportunidade em títulos pré-fixados”, explica Viriato.

Outra decisão que afeta os ganhos é a venda antes do prazo, pois o título pode estar com valor acima ou abaixo do que os juros do contrato preveem. O Tesouro disponibiliza uma ferramenta que mostra o cálculo desses juros em comparação a outras taxas de mercado, mas essa análise é mais complexa. O ideal para pequenos investidores, segundo os especialistas, é planejar o investimento de acordo com o prazo de vencimento.“É mais simples levar o papel até o vencimento”, recomenda Viriato.

Forma de investir

É preciso contratar uma empresa financeira, como banco ou corretora, para operar com títulos públicos. Algumas instituições cobram uma taxa de administração (além da mínima de 0,30% exigida pelo Tesouro), enquanto outras fazem o serviço de forma gratuita. O Tesouro publica uma lista com os valores praticados por cada uma delas (que pode ser consultada aqui).

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Os títulos comprados pelo investidor ficam “guardados” pela instituição financeira. Mas as ordens de compra e venda podem ser dadas tanto por meio dessas empresas como diretamente no portal do Tesouro Direto.

Imposto

Ao contrário da poupança, cujos rendimentos são isentos, os ganhos com títulos públicos estão sujeitos ao pagamento de Imposto de Renda. O cálculo é feito de acordo com a tabela progressiva do IR, dependendo do prazo de resgate, que vai de 22,5% (até 180 dias) a 15% (após dois anos) sobre os rendimentos.

Riscos

Títulos públicos são considerados o investimento com menor risco de perda ou calote. Isso porque a garantia de pagamento é dada por um país, que tem o poder de “criar” mais dinheiro se for preciso – ainda que esse processo gere inflação.

Além de garantir o pagamento ao final do prazo, conforme a regra combinada na aquisição, o governo também garante que os papéis serão comprados por ele de volta antes disso, caso o investidor queira vende-lo.

Mas o preço pago oscila diariamente, de acordo com o mercado. Assim, é possível que, no momento de uma venda antecipada, o valor esteja abaixo do que deveria . “Caso não quiser errar, compre sempre o que pode levar até o vencimento” , diz Viriato. “Pode perder oportunidade, mas não vai perder dinheiro”, completa o especialista.

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