Produção industrial recua 0,2% em setembro
Após dois meses seguidos de alta, resultado volta a registrar queda, em mais um sinal de que a economia brasileira ainda patina
A produção industrial brasileira voltou a registrar queda, após marcar dois meses seguidos de expansão, afetada pelo segmento de bens intermediários, em mais um sinal de que a economia brasileira ainda patina e não mostra recuperação consistente. O recuo foi 0,2% em setembro na comparação com agosto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira. O resultado veio pior do que o esperado por analistas. Segundo pesquisa feita pela agência Reuters, a expectativa era de que a produção industrial subisse 0,20%. Na comparação com setembro de 2013, a produção recuou 2,1%.
De agosto para setembro, 7 dos 24 ramos pesquisados registraram queda na produção. Os destaques negativos foram: produtos alimentícios (-4,1%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%), produtos de metal (-2,6%) e de outros equipamentos de transporte (-2,7%).
Já as principais altas foram verificadas pelos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (10,1%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (10,1%), produtos de borracha e material plástico (4,6%), perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (2,3%), metalurgia (2,0%) e produtos diversos (6,3%).
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Categorias – A produção da indústria de bens de capital cresceu 1,9% em setembro ante agosto. Em relação aos bens de consumo, a pesquisa registrou alta de 1,0% na passagem de agosto para setembro. Na categoria de bens de consumo duráveis, o mês de setembro registrou alta de 8,0% na mesma base de comparação. Para os bens intermediários, o IBGE informou que o indicador teve queda de 1,6%.
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Perspectivas – As expectativas para o setor para o quarto trimestre já se mostram negativas. De acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), a contração da atividade industrial se acentuou em outubro, marcando um início do quarto trimestre difícil.
Neste cenário, os agentes econômicos querem mais sinais de como a política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff será desenhada. Já foi anunciado que novas medidas de estímulos à indústria devem ser anunciadas, em um setor cuja confiança registrou primeiro resultado positivo do ano em outubro. O dado, no entanto, ainda é insuficiente para mostrar que está havendo recuperação mais consistente.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)