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Premiê grego concorda em renunciar e minimiza referendo

Por Da Redação
3 nov 2011, 19h38

A intensa pressão europeia forçou a Grécia a buscar consenso político sobre um novo plano de resgate, em vez de realizar um referendo, após líderes europeus levantarem a possibilidade de o país deixar a zona do euro para preservar a moeda única. Os rápidos eventos em Atenas ofuscaram o primeiro dia de um encontro entre líderes das 20 maiores economias do mundo na Riviera Francesa, com ansiosos líderes globais exortando a Europa a agir para brecar o contágio de sua crise de dívida soberana.

O premiê grego, George Papandreou, concordou em renunciar e abrir o caminho para um governo de coalizão negociado caso os membros de seu partido Socialista o apoiem em um voto de confiança na sexta-feira, disseram fontes. “Foi dito a ele (Papandreou) que deve sair com calma a fim de salvar o seu partido”, disse uma fonte à Reuters, sob condição de anonimato. “Ele concordou em renunciar. Foi muito civilizado, sem aspereza.”

Papandreou, filho e neto de premiês esquerdistas, afirmou estar pronto para renunciar em prol da unidade nacional, dizendo a parlamentares que não está preso a seu cargo. O encontro entre líderes do G20 em Cannes discutiu aumentar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e construir um muro para proteger Itália e Espanha de um possível calote grego.

Papandreou disse que seu anúncio nesta semana de um referendo, que deflagrou pânico nos mercados financeiros globais e enfureceu parceiros europeus, “nunca foi uma proposta em si mesma”, e que ele ficaria feliz se a votação não fosse realizada. O premiê grego disse a parlamentares do Pasok que chegou a um acordo em conversas com a oposição de centro-direita sobre um governo de transição para implementar um novo programa de resgate da União Europeia (UE) e do FMI e pavimentar o caminho para eleições.

No encontro em Cannes na quarta-feira à noite, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, alertaram Papandreou que Atenas não receberia um centavo a mais em ajuda até que cumprisse seus compromissos com a zona do euro. A Grécia estava prestes a receber 8 bilhões de euros em financiamentos neste mês e diz que ficará sem dinheiro até meados de dezembro caso não tenha acesso ao empréstimo.

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Apesar da turbulência em Atenas e da incerteza com a zona do euro, os mercados de ações europeus e o euro tiveram um rali na volátil sessão desta quinta-feira, em meio à probabilidade de a Grécia não realizar o referendo. O Banco Central Europeu (BCE) também ofereceu um surpreendente apoio ao cortar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 1,25 por cento, dizendo que sua política de comprar títulos de governos da zona do euro continuará por enquanto com tamanho limitado, a fim de dar suporte à política monetária.

Os líderes de China, Rússia e Estados Unidos pressionaram as autoridades europeias a se moverem mais rapidamente para conter a crise de dívida, com Washington instando a Alemanha a abrandar o tom e deixar o BCE desempenhar um papel maior na questão financeira, disseram fontes do G20.

“A Europa deveria ajudar a si mesma. A União Europeia tem tudo para isso hoje –autoridade política, recursos financeiros e o apoio de muitos países”, afirmou o presidente russo, Dmitry Medvedev. O premiê canadense, Stephen Harper, disse que os líderes discutiram planos de contingenciamento para caso a Grécia deixe a zona do euro, “mas a expectativa é de que cabeças mais frias prevaleçam e que o pacote seja aceito (pela Grécia)”.

Itália – A Itália é o próximo país da zona do euro na linha de fogo, enfrentando dura pressão para fazer boas reformas econômicas atrasadas há muito tempo. Líderes europeus do G20, junto ao presidente dos EUA, Barack Obama, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, e o novo presidente do BCE, Mario Draghi, reuniram-se nos bastidores para pressionar o premiê italiano, Silvio Berlusconi, a definir um cronograma para importantes medidas trabalhistas, de previdência e privatizações, disseram fontes da UE.

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Berlusconi fracassou em chegar a um acordo com seu dividido gabinete de centro-direita para reformas pouco antes de viajar a Cannes para a cúpula. Um esboço do plano acertado pelo G20 nesta quinta-feira prevê um compromisso da Itália em reduzir seu déficit orçamentário para “perto do equilíbrio” até 2013 e rapidamente diminuir sua relação dívida/PIB, disseram fontes à Reuters.

Líderes da UE mostram preocupação de que, se a Itália não conseguir colocar as contas em ordem, poderia seguir o mesmo caminho de Grécia, Irlanda e Portugal, precisando de um resgate financeiro do bloco.

(Com Reuters)

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