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Por medo de novo colapso, grandes bancos dos EUA estão encolhendo

Governo tenta evitar o que ocorreu em 2008, quando teve de socorrer gigantes do setor financeiro então consideradas grandes demais para quebrar

Por Da redação
24 ago 2016, 11h50

Alguns dos maiores bancos dos Estados Unidos estão ficando menores. O caso mais exemplar é o do Citigroup, que já foi o maior do país, e hoje está na quarta posição. Desde a crise de 2008, o Citi viu seus ativos se reduzirem em 400 bilhões de dólares, o equivalente ao tamanho do Bradesco no Brasil. Outro exemplo é o Bank of America, que reduziu o número de agências em 23% desde 2009.

O encolhimento de alguns dos maiores bancos dos EUA é reflexo de uma pressão de Washington, que quer evitar o que ocorreu em 2008, quando teve de socorrer várias grandes instituições financeiras com bilhões de dólares de dinheiro dos contribuintes para evitar que o país entrasse em colapso.

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem apertado as regras e exigências de capital, o que tem forçado os bancos a reduzirem custos, saírem de negócios não-essenciais, como operações com commodities, deixarem de operar em mercados emergentes e reduzir o tamanho mesmo dentro dos EUA, como foi o caso do Bank of America.

Em 2009, o banco, hoje o segundo maior dos EUA, tinha 6.100 agências e 108.000 funcionários. Ao fim do segundo trimestre, eram 4.700 postos e 68.000 funcionários. O encolhimento também foi reflexo do maior uso da internet e de canais eletrônicos para fazer transações.

O Citi tinha 2,2 trilhões de dólares em ativos totais no começo de 2008. Em junho de 2016, o montante era de 1,8 trilhão de dólares. Ele pode continuar em queda, na esteira do movimento do banco para se desfazer de operações em países emergentes como o Brasil. Um levantamento do jornal The New York Times mostra que o Citi vendeu mais de 60 negócios nos últimos sete anos, além de fechar agências nos EUA e em outros países, reduzindo suas participações em mais de 700 bilhões de dólares no período.

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Entre as maiores instituições do país, o Wells Fargo foi uma das poucas a aumentar seus ativos nos últimos anos. O banco, que tem sede em San Francisco, ultrapassou o Citi no fim de 2015 e tem estratégia diferente de outras instituições do país, com foco maior no mercado doméstico e no empréstimo imobiliário. A recuperação do mercado de imóveis dos EUA tem ajudado o crescimento do banco. Dados divulgados nesta terça-feira mostraram aumento de 12,4% nas vendas de novas moradias em julho, o ritmo mensal mais alto desde 2007.

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‘Grandes demais’

Outros bancos, como Goldman Sachs, Morgan Stanley e Bank ofAmerica, também possuem menos ativos agora do que no período da crise. Os reguladores dos EUA, porém, querem reduzir ainda mais o tamanho dos bancos.

O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, tem defendido que os “bancos grandes demais para quebrar” passem por processos de desmembramento. O vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, defende reforço de capital ainda maior para as grandes instituições financeiras.

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Em abril, o Fed e a Corporação Federal de Seguros de Depósitos (FDIC, na sigla em inglês) reprovaram cinco dos oito maiores bancos dos EUA, afirmando que instituições como o JPMorgan, Wells Fargo e o Bank of America não tinham planos “confiáveis” de operação em uma situação de crise.

Ou seja: eles ameaçam a estabilidade do sistema financeiro dos EUA e poderiam ter de precisar novamente de socorro do governo. Só o Citi, que tem sido mais agressivo em sua reestruturação, foi aprovado.

O regulador dos EUA deu prazo até 1º de outubro para as instituições reprovadas apresentarem um novo plano. Se após essa data os bancos não forem aprovados, o banco central americano e o FDIC podem exigir a venda de ativos dos bancos ou novos reforços de capital.

“Os bancos ainda controlam ativos equivalentes a 60% do Produto Interno Bruto (PIB)”, afirma o vice-presidente da FDIC, Thomas Hoenig, em um comunicado. “O objetivo de terminar com os bancos grandes demais para falir e proteger o dinheiro do contribuinte americano ao acabar com os programas de socorro permanece sendo uma meta.”

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(Com Estadão Conteúdo)

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