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PIB positivo não tira o país da recessão, diz economista

Alta de 1% no 1º trimestre, puxada pelo setor agrícola, é bom resultado, mas demanda continua fraca, diz o economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall

Por Felipe Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jun 2017, 14h43 - Publicado em 1 jun 2017, 11h27

O resultado positivo para o produto interno bruto (PIB) do primeiro trimestre do ano é um dado que deve ser comemorado, mas não significa que o país saiu da recessão. Para o economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, o avanço da produção é positivo por encerrar uma série de oito resultados negativos seguidos nesse tipo de comparação. Mas o desempenho fraco da demanda interna indica que poderá haver nova queda já nos próximos meses.

O PIB cresceu 1% entre janeiro e março de 2017 em comparação com os três últimos meses de 2016, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na manhã desta quinta-feira. O desempenho positivo foi puxado pelo setor agropecuário, que registrou alta de 13,4%, e pelas exportações, que avançaram 4,8%.

Segundo Kawall, o bom desempenho é resultado da safra recorde no campo, resultado de um cenário positivo e de avanços produtivos. “Enquanto tudo deu errado no ano passado – teve o El Niño, por exemplo – agora tivemos a ‘tempestade perfeita’ no sentido positivo. E o agronegócio no Brasil está ficando muito sofisticado”, avalia.

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O setor industrial teve alta de 0,9% e os serviços ficaram no mesmo patamar do trimestre passado. Na avaliação de Kawall, a indústria já vinha apresentando sinais de recuperação no fim do ano passado, e o resultado de serviços é bom porque o setor apresentava quedas seguidas.

Apesar do aumento na produção agrícola, cujo efeito deve ser maior no primeiro trimestre por causa da safra recorde, a demanda interna pelo que é produzido continuou caindo. Houve recuo no consumo das famílias (0,1%), do governo (0,6%) e de investimentos (1,6%).

O economista-chefe do Banco Safra indica que é preciso observar a tendência dos números antes de decretar o fim da recessão, e o início do trimestre atual tem se mostrado fraco. “Fizemos uma previsão de queda de 0,3% no PIB do segundo trimestre”, diz Kawall.

A avaliação se baseia em dados como as vendas em supermercados, que caíram 6,2% em março, o pior resultado da série histórica. Além do endividamento das famílias e empresas, pesa contra a recuperação da demanda a crise política, que pode inibir investimentos.

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Temer comemora

O presidente Michel Temer publicou na manhã desta quinta um tuíte em que comemorou o fim da recessão e atribuiu o resultado às iniciativas do seu governo. “Acabou a recessão! Isso é resultado das medidas que estamos tomando. O Brasil voltou a crescer. E com as reformas vai crescer mais ainda”, escreveu.

O Ministério da Fazenda trabalha com a previsão de chegar ao fim de 2017 crescendo a um ritmo de 2,7% ao ano. Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a crise política não alterou esse cenário. O mercado espera uma alta de 0,49%, segundo o último Boletim Focus. A previsão da equipe de Kawall, do Safra, é de alta de 0,2%, e o economista diz que espera revisões dos analistas nas próximas semanas. “Já ouvi gente falando em crescimento de 0%”, diz.

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