Petrobras reduz diretorias e corta 43% das funções gerenciais
Medidas anunciadas pela estatal nesta quarta-feira visam a economizar quase 2 bilhões de reais ao ano
A Petrobras anunciou nesta quarta-feira a redução de sete para seis no número de diretorias e mudanças no modelo de governança e gestão organizacional. As alterações incluem corte de 43% das 5.300 funções gerenciais em áreas não-operacionais, medidas que visam a economizar quase 2 bilhões de reais ao ano.
A nova organização, aprovada pelo conselho de administração, superou a meta inicial de redução de 30% de gerências não-operacionais, afirmou a empresa. Em comunicado, a estatal informou que a nova estrutura também prevê redistribuição de atividades e fusão de áreas, resultando na redução de custos de até 1,8 bilhão de reais por ano. Esse é o mesmo valor citado pelo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, quando o anúncio de reduções de gerências foi feito, em janeiro.
Além de buscar reduções de custos, diante dos preços mais baixos do petróleo, a empresa quer um aprimoramento da gestão, afirmara Bendine, com a estatal alterando processos após ser o epicentro do escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Dentro das mudanças anunciadas anteriormente e confirmadas nesta quarta está a fusão das diretorias de abastecimento e gás e energia em uma, agora chamada refino e gás natural, que será comandada por Jorge Celestino, antes diretor de abastecimento.
Já Hugo Repsold, que era diretor de gás e energia, será o novo diretor de recursos humanos, SMS e serviços. A divisão, antes conhecida como diretoria corporativa e de serviços, chegou a ser comandada por Antônio Sérgio Oliveira. Roberto Moro, que estava na diretoria antes denominada engenharia, tecnologia e materiais, agora será diretor de desenvolvimento da produção e tecnologia.
Os executivos Ivan Monteiro, João Adalberto Elek Júnior, Solange da Silva Guedes seguirão em suas diretorias, respectivamente, financeira e de relacionamento com investidores; governança, risco e conformidade; e exploração e produção. Os nomes dessas divisões não foram alterados.
A área de exploração e produção, divisão central da companhia, será organizada por classes de ativos, com a criação de estruturas para águas profundas, águas ultraprofundas, terrestre e águas rasas, “possibilitando melhor gestão do valor agregado pelos ativos e otimização da produção de óleo e gás”.
A estatal disse ainda que a “revisão do modelo de governança (…) ocorre em função da necessidade de alinhamento corporativo ao novo ambiente de negócios, da priorização da rentabilidade e disciplina de capital, do fortalecimento dos controles (…), além da ampliação dos níveis de responsabilização dos executivos”.
O novo modelo fortalecerá o mecanismo de responsabilização dos gestores, disse a empresa. A estatal anunciou a criação de seis comitês técnicos estatutários, compostos por gerentes executivos, que serão corresponsáveis pelas decisões e terão a função de analisar previamente e emitir recomendações sobre os temas que serão deliberados pelos diretores.
(Com Reuters)