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Pedidos de recuperação judicial crescem 187% em julho

Segundo a Boa Vista/SCPC, ampliação do número de solicitações deve-se à desaceleração econômica do país e à restrição de crédito

Por Da Redação
28 ago 2012, 17h48

A desaceleração econômica brasileira tem levado mais empresas a recorrer ao pedido de recuperação judicial para salvar seus negócios e pagar credores. Segundo a Boa Vista/SCPC, houve aumento de 187,5% nos pedidos de julho na comparação com mesmo mês de 2011 e de 154,3% no acumulado do ano. Os meses de janeiro e maio, com 86 e 82 solicitações, respectivamente, foram os que registraram maior número de solicitações de recuperação desde 2005, quando foi criado o dispositivo.

Segundo especialistas, o crescimento da demanda por esse recurso reflete a combinação de menor acesso a crédito – com os bancos mais conservadores devido à inadimplência – e desaceleração da economia. Para o economista da Boa Vista Flávio Calife, está mais difícil conseguir capital de giro para suprir problemas de caixa. A inadimplência das empresas brasileiras aumentou 8,5% em julho na comparação com o mesmo mês de 2011.

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Em julho, o Banco Central (BC) registrou desaceleração do crédito por cautela de bancos, após os índices de inadimplência terem atingido os maiores níveis em cerca de três anos. Bradesco e Itaú Unibanco já reduziram as projeções de expansão de suas carteiras em 2012.

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Crise – Juliana Bumachar, sócia do escritório Bumachar Advogados, especialista em Direito Empresarial, acredita que o movimento é semelhante ao visto em 2008, pós-quebra do banco Lehman Brothers. Em setembro daquele ano, foram feitos 23 pedidos. Em março de 2009, mês com mais requisições de recuperação judicial depois do recrudescimento da crise, foram verificados em 76 pedidos.

A diretora da Área de Restructuring e Administração Judicial da KPMG, Osana Mendonça, explica que a crise se agravou em muitos casos por deficiências de gestão, especialmente em empresas de perfil familiar. Segundo ela, em pelo menos 70% dos casos há problemas desta natureza.

Os especialistas avaliam que o número de empresas em recuperação judicial pode aumentar, já que existem setores em dificuldades, como o têxtil, que sofre forte pressão de importados, principalmente da China. “Empresas de setores que a gente não via antes num volume tão grande pedindo recuperação judicial, como transportes, fornecedoras de autopeças, de frigoríficos e usinas de cana de açúcar, alguns dos grandes ramos que quebraram, hoje estão sofrendo as consequências”, disse Osana.

A Varig foi um caso emblemático de recuperação judicial. A companhia aérea, após muita negociação, foi fatiada e sua parte ‘saudável’ comprada pela Gol em 2007. A fatia ruim acabou declarando falência e outros ativos, como centro de manutenção e prédios, foram vendidos para liquidação de dívidas. Um exemplo recente é a Celpa, distribuidora paraense de energia, que espera credores avaliarem seu plano de recuperação judicial.

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