Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 22 de novembro (Reuters) – A criação de uma nova linha de crédito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para combater a crise na zona do euro deu um breve alívio para os mercados nesta terça-feira, mas não foi suficiente para sustentar as ações no Brasil e em Wall Street.
O FMI anunciou a Linha Preventiva e de Liquidez (PLL, na sigla em inglês) como “um seguro contra choques futuros e como uma janela de liquidez de curto prazo para atender às necessidades dos que estiverem em crise”. A PLL dará aos países com políticas econômicas relativamente boas acesso a crédito de seis meses, segundo o FMI.
Após o anúncio, o euro ganhou força ante o dólar e as bolsas chegaram a respirar, mas perderam sustentação.
Os mercados deram pouca atenção à ata da última reunião do Federal Reserve (banco central norte-americano), que foi divulgada antecipadamente. A maior parte dos integrantes do Fed apoiou a publicação de mais detalhes para esclarecer o provável rumo da política monetária e das taxas de juros, mas rejeitou a ideia de vincular suas ações a metas para o crescimento ou ao nível dos preços, informou o banco central norte-americano.
Pela manhã, o mercado recebeu a revisão do crescimento da economia dos Estados Unidos no terceiro trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,0 por cento no terceiro trimestre, abaixo do crescimento de 2,5 por cento reportado na primeira leitura e também estimado por economistas.
Ainda assim, as entrelinhas do relatório sugerem que a economia está prestes a engrenar no quarto trimestre, desde que a crise na zona do euro não estoure nos países avançados.
Mas a persistência dos gastos dos consumidores e a primeira queda dos estoques empresariais desde o quarto trimestre de 2009 abrem espaço para uma melhor performance.
O índice de confiança do consumidor da zona do euro recuou a menos 20,4 em novembro, ante menos 19,9 em outubro.
No Brasil, o Banco Central divulgou déficit em transações correntes de 3,109 bilhões de dólares em outubro, abaixo da mediana das previsões de 12 analistas consultados, que projetava déficit de 3,5 bilhões de dólares.
Veja como ficaram os principais mercados nesta terça-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,8065 real, em baixa de 0,36 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA O Ibovespa recuou 0,72 por cento, para 55.878 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 5,6 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS O índice dos principais ADRs brasileiros recuou 1,31 por cento, a 28.161 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
O DI janeiro de 2013 apontava 10,010 por cento ao ano ante 9,980 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3508 dólar, ante 1,3494 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, estava estável em 130,688 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,336 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil caía 3 pontos, para 237 pontos-básicos. O EMBI+ subia 1 ponto, a 388 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones fechou com baixa de 0,46 por cento, a 11,493 pontos, o S&P 500 perdeu 0,41 por cento, a 1.188 pontos, e o Nasdaq teve queda de 0,07 por cento, aos 2.521 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto subiu 1,09 dólar, ou 1,12 por cento, a 98,01 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 1,9274 por cento ante 1,965 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Reportagem de Silvio Cascione; Edição de Patrícia Duarte)