País tem pior superávit primário para março em 3 anos
Resultado ficou em 3,5 bilhões de reais - abaixo da mediana das estimativas de analistas, que aguardavam saldo positivo de 5,6 bilhões de reais
O setor público brasileiro registrou superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida) de 3,5 bilhões de reais no mês passado, informou o Banco Central nesta terça-feira. Trata-se do pior resultado para meses de março desde 2010. O número foi pior que o esperado por analistas, cuja mediana apontava saldo positivo de 5,6 bilhões de reais. Em março de 2012, o superávit havia ficado em mais de 10 bilhões de reais, quase o triplo do registrado no mês passado.
No acumulado de 12 meses, o superávit primário caiu de 96,641 bilhões de reais para 89,699 bilhões de reais de fevereiro para março, passando de 2,16 % para 1,99% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pelo BC para os respectivos períodos.
Os governos regionais (estados e municípios) garantiram a maior parte do primário de março, com superávit de 2,143 bilhões de reais. Já o governo central – composto por Tesouro Nacional, BC e Previdência- registrou saldo primário positivo de 1,059 bilhão de reais no período, enquanto que as estatais, 298 milhões de reais.
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O BC informou ainda que o déficit nominal do país somou 15,859 bilhões de reais no mês passado, enquanto a dívida pública representou 35,5% do PIB.
Em março, as contas públicas do país foram afetadas pela arrecadação federal, que registrou queda de quase 10% sobre um ano antes, somando 79,613 bilhões de reais. O resultado veio da economia ainda sem sinais de recuperação mais robusta e pelas desonerações fiscais feitas pelo governo.
Diante desse quadro, recentemente, o governo encaminhou ao Congresso medida que flexibiliza ainda mais a meta de superávit primário deste ano – definida em 155,9 bilhões de reais – e de 2014. Por meio dela, os estados e municípios poderiam abater seus investimentos da meta que cabe a eles, de 47,8 bilhões de reais em 2013.
Antes dessa medida, o governo havia anunciado no início do ano que poderia abater até 65 bilhões de reais em gastos com investimentos e desonerações da meta cheia de superávit primário do setor público consolidado.
(Com Estadão Conteúdo)