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Pagar o IPVA à vista traz vantagens ao contribuinte

Por João Sandrini
6 jan 2012, 15h26

A cada mês de janeiro, sempre surge entre milhões de proprietários de veículos a dúvida sobre a melhor forma de pagar o IPVA. Em estados como São Paulo, por exemplo, quem paga o imposto à vista ganha um desconto de 3%. Quem tem dinheiro e o investe em renda fixa não enxerga lá muitas vantagens nessa redução de preço, já que há CDBs que também garantem hoje uma rentabilidade bruta de quase 1% ao mês.

Para quem faz as contas, no entanto, o ganho em pagar à vista é bem maior do que parece. A ilusão matemática é criada a partir da forma como os governos estaduais apresentam o preço cheio do IPVA, o valor parcelado e o desconto – de 3% no caso de São Paulo, mas que pode chegar a 10% no Rio de Janeiro.

O número principal de um boleto de IPVA é o do valor parcelado. Essa prática é completamente diferente da praxe do varejo e de sites de comércio eletrônico, que apresentam aos consumidores que desejam comprar um eletrodoméstico o preço à vista do bem e, em seguida, o valor das parcelas para quem quiser financiar a compra.

Um exemplo simples ajuda a mostrar o impacto disso tudo. Imagine um carro cujo IPVA total soma 3.000 reais. O proprietário paulista poderá pagar o imposto à vista com o desembolso de 2.910 reais ou dividi-lo em três parcelas de 1.000 reais cada.

Quem optar pelas três parcelas vai desembolsar 1.000 agora em janeiro, 1.000 reais após 30 dias e mais 1.000 reais em março. O valor pago a prazo, portanto, será de 2.000 reais (já que os primeiros 1.000 reais serão desembolsados à vista). Um cálculo simples mostra que os juros efetivos embutidos nesse parcelamento são de 2,33% ao mês.

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Pode não parecer muito frente aos juros cobrados pelos bancos, mas nenhuma aplicação financeira à disposição dos investidores garante esse retorno. Investimentos em renda fixa oferecem uma rentabilidade bruta inferior a 1% ao mês neste momento – e lembre-se que ainda será necessário descontar Imposto de Renda ou taxas de administração e/ou custódia.

Já na bolsa é possível ganhar até mais do que 2,33% ao mês. Mas, em um mercado sem tendência como o atual, a chance de isso acontecer é a mesma de o investidor perder 2,33% ao mês. Vale lembrar que um retorno mensal de 2,33% equivale a 31,8% ao ano – algo que pouquíssimos fundos conseguiram obter ultimamente.

A vantagem de pagar o IPVA à vista já é representativa em São Paulo, mas imagine o caso de um proprietário de veículo no Rio de Janeiro, que poderá obter um desconto de 10% se quitar a fatura de uma vez só neste mês.

No mesmo exemplo de um carro com IPVA de 3.000 reais, o proprietário poderá pagá-lo com o desembolso de 2.700 reais à vista. Já quem pagar a primeira parcela de 1.000 à vista, mais 1.000 em fevereiro e os últimos 1.000 em março arcará com uma taxa de juros efetiva de 8,47% ao mês.

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Ao contrário do paulista, o fluminense ganhará dinheiro mesmo se tomar recursos emprestados no banco para pagar o IPVA em parcela única. As linhas de crédito oferecidas para quitar esse tipo de despesa cobram juros inferiores a 5% ao mês. Em muitos casos, nem se entrar no cheque especial o proprietário do veículo terá de arcar com juros mensais de 8,47%.

Todas essas contas só não valem no caso de pessoas que planejam vender o carro rapidamente. Nessa situação, talvez valha a pena arriscar um pouco e parcelar os pagamentos. Se a venda ocorrer antes de março, as prestações ainda não quitadas poderão ser empurradas para o novo dono, compensando os juros sobre o que já tiver sido pago.

Outra situação de risco é a do paulista que raspar todas suas economias do banco para pagar o IPVA à vista. Nesse caso, se houver alguma emergência financeira que obrigue a pessoa a tomar um empréstimo, os juros provavelmente ficarão acima de 2,33% ao mês.

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