Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O que é Potcoin, a ‘moeda da maconha’ que levou Rodman à Coreia

Moeda digital criada para negociar maconha legalizada patrocinou a visita do ex-jogador de basquete americano a Kim Jong-un

Por Angela Nunes Atualizado em 15 jun 2017, 19h39 - Publicado em 15 jun 2017, 19h32

A viagem de um ex-jogador de basquete da NBA à Coreia do Norte, por si só, já chamaria atenção em um momento em que o conflito entre o fechadíssimo país asiático e os Estados Unidos se encontra em nível crítico, com uma ameaça real de guerra e americanos em solo norte-coreano sendo presos ou enviados de volta para casa em coma. Quando o jogador em questão é o polêmico astro Dennis Rodman e ele é amigo do ditador Kim Jong-un, a visita ganha alcance mundial. Agora, some a isso tudo um patrocinador totalmente incomum – uma moeda virtual criada para comercializar maconha – e a receita para o bizarro espetáculo está completa.

De um hotel em Pequim, antes de embarcar no voo que o levaria a Pyongyang na terça-feira, Rodman gravou um vídeo em que afirma ser a única pessoa no mundo que tem amizade com os líderes rivais dos dois países e que seu objetivo é abrir as portas para o diálogo entre eles. A declaração cuidadosamente ensaiada vem acompanhada de um agradecimento ao responsável por bancar a viagem, o Potcoin, a criptomoeda da maconha legalizada.

Assim que o vídeo foi publicado na página do Twitter do astro, a cotação da ainda pouquíssimo conhecida criptomoeda disparou. A valorização do Potcoin no dia chegou a quase 100% e, mesmo tendo caído um pouco em seguida, segue em alta, valendo cerca de 0,40 centavos de real. Pode não parecer muito, principalmente se comparada à outra moeda digital, o Bitcoin, avaliado hoje em quase 7.660 reais. Mas a exposição da marca, estampada ostensivamente na camiseta e no boné do jogador durante os últimos dias, colocou definitivamente a Potcoin no mapa, à frente de muitas dezenas de outras moedas virtuais que existem hoje, à semelhança do Bitcoin.

O que é Potcoin

Criada em 2014, a Potcoin é uma moeda virtual, em que a transação é realizada online diretamente entre as partes, sem mediação de uma instituição financeira. Uma pessoa pode comprar a moeda da empresa que administra ou de outros usuários. A diferença principal entre ela e o Bitcoin é justamente essa: no Bitcoin não há uma empresa administradora. Para o usuário, no entanto, pouca coisa muda.

Continua após a publicidade

“As criptomoedas têm duas grandes vantagens. Uma é que você elimina os intermediários das transações e assim evita taxas e custos adicionais. A outra é a garantia de anonimato”, diz  Jorge Rocha especialista em cibersegurança da empresa de tecnologia Arcon. “A Potcoin funciona como qualquer moeda digital, mas ela tem uma filosofia por trás, tem o objetivo de defender e estimular o mercado específico da maconha”, completa.

A justificativa para a concepção da Potcoin foi atender a comerciantes legais de maconha que enfrentam problemas para usar o sistema financeiro tradicional. Apesar de ter sido legalizada em alguns estados americanos, os bancos em geral se recusam a receber dinheiro proveniente da erva, pois a legislação a respeito – tanto nos Estados Unidos quando em outros países – não prevê a comercialização legal e, portanto, as transações podem ser consideradas crime.

Apesar de menos difundida que sua concorrente mais famosa – e portanto, com um mercado de aceitação ainda pequeno – a Potcoin pode ser usada para comprar qualquer coisa na internet e convertida em moeda real. “Existem inúmeros traders que fazem esse câmbio. A ideia é oferecer facilidade para esse mercado e, se você é uma empresa, precisa pagar luz, funcionários, fornecedores. Você converte o pagamento que recebe em Potcoin para sua moeda local”, diz Rocha. “O grande desafio das criptomoedas é saber como os bancos vão reagir ao crescimento desse mercado. Ainda é muito cedo para dizer o que vai acontecer. Por enquanto, tudo é especulação”, completa.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.