Por Sabrina Lorenzi
RIO DE JANEIRO, 11 Mai (Reuters) – A MMX, mineradora do empresário Eike Batista, começou a desembolsar os recursos previstos para a expansão do complexo Serra Azul, em Minas Gerais, projeto orçado em 4,8 bilhões de reais.
Munida de licença que faltava para as obras, a companhia já investiu 200 milhões de reais na obra. E o restante, 4,6 bilhões de reais, será investido nos próximos dois anos.
“Começamos as obras agora e são 24 meses de instalação”, afirmou o presidente da empresa, Guilherme Escalhão, em entrevista à Reuters nesta sexta-feira.
Do complexo Serra Azul, a MMX planeja extrair 29 milhões de toneladas anuais de minério com operações em plena capacidade – volume maior que os 24 milhões de toneladas previstos inicialmente.
Com o aumento da capacidade de produção do projeto, a MMX elevou também seu Capex, de 4 bilhões de reais para investimentos de 4,8 bilhões de reais, conforme informado ao mercado no final de abril.
A licença ambiental de instalação para o projeto foi obtida ao final de abril.
OPORTUNIDADES
“Ao avançar no conhecimento geológico da mina, no processo de certificação de reservas, na engenharia, identificamos algumas oportunidades de melhoria no projeto e acabamos chegando a um projeto de 29 milhões de toneladas, o que acabou obviamente adicionando equipamentos”, explicou.
A MMX pretende desenvolver um sistema de produção capaz de extrair minério com teores baixos de ferro, otimizando o processo com aumento de produção. As reservas de Serra Azul estão estimadas em 1,9 bilhão de toneladas de ferro.
“Hoje o minério processado tem um teor de ferro de cerca de 57, 58 por cento… Essa nova planta vai ser capaz de lidar com minério de 36 por cento de ferro … É o primeiro ganho ambiental, recupera minérios que em cenário normal não recuperaria, faz aproveitamento maior e recupera mais minério”.
A licença ambiental de instalação obtida em abril permitiu o começo das obras de construção do complexo de beneficiamento de Serra Azul, situada na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, que fará a produção da MMX mais que triplica -a capacidade instalada atual da MMX é de 8,4 milhões de toneladas anuais.
A companhia encerrou 2011 com produção de 7,5 milhões de toneladas de minério de ferro, considerando os sistemas Sudeste e Corumbá.
O projeto ampliado em Minas, com perspectiva de entrada em operação no primeiro trimestre de 2014, prevê usina terminal ferroviário, um transportador de correia de longa distância, adutoras e estrutura para transmissão de energia.
Além do aumento de capacidade de produção de Serra Azul, o aumento do Capex do projeto de expansão se deve ainda à decisão de ampliar a logística para dar espaço ao transporte do minério da mina Pau de Vinho, localizada ao lado de Serra Azul, e que também será escoada pelo Porto do Sudeste.
O Superporto Sudeste, como é chamado pela empresa, está em fase avançada de construção no município de Itaguaí (RJ). Terá capacidade operacional de 50 milhões de toneladas por ano, na primeira fase, e a MMX já trabalha na expansão para 100 milhões de toneladas numa segunda fase.