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Metade das mulheres perde emprego doze meses após o parto

Licença-maternidade dura de 120 a 180 dias no Brasil; lei garante estabilidade no emprego até cinco meses depois do início do benefício

Por Da redação
Atualizado em 4 set 2017, 16h24 - Publicado em 4 set 2017, 12h10

Metade das mulheres perde o emprego até doze meses depois do início da licença-maternidade. Isso é o que mostra pesquisa divulgada hoje pela FGV (Fundação Getulio Vargas), que analisou as consequências da licença-maternidade para o mercado de trabalho.

Pela lei, as trabalhadoras com registro em carteira têm estabilidade no emprego até cinco meses após o parto. Daí em diante, a estabilidade acaba e elas podem ser demitidas a qualquer momento.

A pesquisa mostrou que, a partir do quinto mês, 5% das mulheres deixam de trabalhar. Esse porcentual sobe para 15% no sexto mês. Um ano depois, 48% estão fora do mercado de trabalho. O patamar fica estável no segundo e terceiro ano seguintes.

A maior parte das mulheres que saiu do emprego foi demitida sem justa causa. Entretanto, não é possível afirmar que todas as trabalhadoras deixaram o emprego por decisão exclusiva do empregador.

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“Em muitos casos, as mulheres não retornam às suas atividades porque não têm com quem deixar os filhos pequenos”, diz Cecilia Machado, professora da FGV EPGE e uma das autoras do estudo.

Os pesquisadores lembram que não dá para mensurar quantas saíram do emprego após acordo com os empregadores – quando a empresa manda o funcionário embora para que ele receba o FGTS e o seguro-desemprego. Nesses acordos informais, os demitidos costumam devolver para a empresa a multa de 40% sobre o FGTS paga na rescisão.

Fator ensino

O estudo mostrou que o índice de demissão é maior entre as mulheres com menos escolaridade. O porcentual de afastamento doze meses após o início da licença-maternidade era de 51% para mulheres com escolaridade inferior ao ensino fundamental completo; 53% para quem tinha o ensino fundamental completo; 49% para aquelas com o ensino médio completo; e 35% para as que tinham escolaridade acima do ensino médio.

Para Cecília Machado, o nível de renda é fundamental para garantir o retorno da mulher ao mercado de trabalho após dar à luz. Profissionais que ganham mais conseguem arcar com os custos do cuidado do filho enquanto trabalham, seja pagando por uma escola ou uma babá.

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“As mulheres com menor qualificação são desligadas mais facilmente, pois a empresa não perde nenhum investimento específico”, afirma a professora da FGV EPGE.

Participação no mercado

A pesquisa mostrou também que a presença de um filho reduz a participação da mulher no mercado de trabalho. A taxa média de média de participação das mulheres entre 25 e 44 anos é de 65%. Quando essas mulheres têm filho, a taxa de participação cai para 41%. Somente 28% trabalham em ocupações com jornada semanal de 35 horas ou mais.

Para o homem, ter um filho não reduz sua participação no mercado de trabalho. Na mesma faixa etária, 92% dos homens com filhos de até 1 ano estavam trabalhando, sendo que 82% em atividades com 35 horas ou mais de carga horária semanal.

Utilizando dados do Ministério do Trabalho, os pesquisadores acompanharam, até 2016, o desempenho no mercado de trabalho de 247.455 mulheres, com idade entre 25 e 35 anos no momento do afastamento, que tiraram licença-maternidade entre os anos de 2009 e 2012.

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A licença-maternidade no Brasil varia de 120 a 180 dias, conforme a política da empresa. Para os homens, a licença- paternidade varia de cinco a vinte dias.

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