Lobão rebate analistas e nega risco de racionamento de energia
Mesmo com a forte seca que assolou o país no inicio do ano, ministro afirmou que especialistas se apressaram em anunciar a falta de energia no ano
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta terça-feira que o país não terá de passar por um racionamento de energia, apesar de diversos especialistas no setor elétrico dizerem o contrário. Durante reunião com a diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Lobão afirmou que eles recebem uma grande carga de “desinformação”. “Especialistas que respeito, e alguns até admiro por sua competência, contam informações diferentes das que estou oferecendo”, disse o ministro.
“Mas contamos, no setor elétrico do governo, com especialistas igualmente responsáveis, competentes e que dizem exatamente o contrário deles, e eles nos asseguram que não teremos nenhum percalço, a despeito das dificuldades climáticas pelas quais estamos passando neste momento”, acrescentou. “Não tenham a menor dúvida daquilo que estamos dizendo.”
Leia também:
Energia hidráulica terá menor peso na matriz energética até 2018, segundo ONS
Falta de luz rendeu R$ 346 milhões aos consumidores em 2013
Brasil dependerá mais de térmicas, segundo ONS
Lobão lembrou que o sistema elétrico brasileiro passou por uma “prova de fogo”, com a pior seca dos últimos oitenta anos, o que reduziu o nível dos reservatórios das hidrelétricas. Segundo ele, esse quadro foi suficiente para que alguns especialistas anunciassem o “caos”, repetindo o ano de 2001, quando o país passou por um racionamento de energia. “Se apressaram em anunciar que, assim como em 2001, haveria racionamento de energia em todo o país, mas isso felizmente não aconteceu e não ocorrerá. E com a graça de Deus, mesmo num futuro distante, não ocorrerá”, reiterou.
Leia ainda:
‘Racionômetro’ vê corte de energia em setembro
Aneel publica despachos retificando valores de repasses a distribuidoras
O ministro afirmou também que os gargalos que o Sistema Interligado Nacional (SIN) tinha em 2001 foram totalmente eliminados. De acordo com ele, embora houvesse sobra de energia em algumas regiões naquela época, o sistema não tinha capacidade para transmiti-la para outras regiões. “Mas hoje temos geração suficiente e transmissão adequada para atender os interesses do país”. Para Lobão, a capacidade de transmissão de energia entre as regiões brasileiras triplicou e, em alguns casos, até quadruplicou. O ministro disse ainda que o setor elétrico deve receber 260 bilhões de reais em investimentos até 2022, dos quais 77% em geração e 23% em transmissão.
(com Estadão Conteúdo)