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Fabricantes de trens temem chegada de investidores chineses

Preocupação é de que empresas asiáticas sejam favorecidas em detrimento de companhias do setor nacional, como aconteceu na Argentina

Por Da Redação
19 Maio 2015, 10h25

A entrada dos chineses em projetos de infraestrutura logística ainda é uma promessa, mas começa a tirar o sono da indústria nacional de ferrovias. O setor, que faturou 5,6 bilhões de reais no ano passado e gera 20 mil empregos diretos, teme que a investida dos asiáticos comprometa a produção nacional. Os chineses estão de olho na Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), uma malha de 883 quilômetros prevista para ligar o maior polo de produção de grãos no país, na região de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, até a Ferrovia Norte-Sul, em Campinorte (GO).

O temor da indústria não é a construção da ferrovia, uma iniciativa que é muito aguardada pelo setor. A apreensão é com os acordos atrelados ao projeto, como importação de trens de passageiros, vagões, locomotivas e tudo o mais que envolva a estrada de ferro. “Não somos contrários a investimentos estrangeiros, muito pelo contrário. Mas é importante assegurar que todos atuem de acordo com as mesmas regras e que enfrentem a mesma realidade”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate.

Caso argentino – Nos últimos 18 meses, o governo argentino firmou vários contratos com os chineses, com o propósito de revitalizar sua indústria ferroviária. Os apertos de mão resultaram na compra de 1.310 carros de passageiros chineses, 3 mil vagões, 100 locomotivas e um sem número de componentes de reposição, incluindo trilhos e dormentes. “Prometeram produção local aos argentinos. Depois de venderem tudo, disseram a eles que o país não tinha escala que justificasse uma fábrica”, disse Abate.

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Investimentos – Em um ano de dificuldades econômicas, o governo aposta nos cofres endinheirados da China para pagar pelos investimentos em infraestrutura que o Brasil não tem como fazer. Por isso, a visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, nesta terça-feira, em Brasília, é tratada como uma rara oportunidade de apresentar uma agenda positiva. O governo chinês tem 53 bilhões de dólares a serem investidos em um fundo de financiamento à infraestrutura.

Dos recursos já anunciados para o fundo de infraestrutura, que deverá ser gerenciado pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco de Desenvolvimento da China, cerca de 10 bilhões de dólares poderão ser investidos nas linhas de transmissão de Belo Monte. A empresa chinesa State Grid já venceu a licitação, com a Eletrobras, da primeira linha, até São Paulo, que terá um custo de 5,5 bilhões de dólares. Este deve ser um dos mais de 30 acordos que serão assinados durante a visita de Keqiang.

(Com Estadão Conteúdo)

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