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Eurozona em ‘lenta recuperação’, mas ameaçada por contas da Espanha

Por Por María Lorente
11 Maio 2012, 12h05

A Eurozona se encaminha para uma lenta recuperação, mas deve corrigir “graves desequilíbrios” nos países mais ameaçados, como a Espanha, quarta economia da união monetária que, segundo previsões de uma análise de Bruxelas, viverá “tempos difíceis”.

“Embora esperemos uma recuperação, a conjuntura econômica da Eurozona segue frágil, com graves desequilíbrios entre os Estados membros”, disse Olli Rehn, comissário de Assuntos Monetários, ao apresentar nesta sexta-feira o informe de primavera.

Países como Espanha, submetidos a rígidos programas de austeridade, encontram-se seriamente ameaçados. Os números da análise preveem uma contração para a economia espanhola de 1,8% neste ano e 0,3% em 2013, com um desemprego de 25,1%.

As previsões apontam para um déficit de 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB), um panorama mais obscuro que o esperado e pior que a meta de 5,3% fixada por Bruxelas.

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O governo espanhol, no entanto, reafirmou nesta sexta-feira suas metas de déficit público, contrariando a previsão da Comissão.

As previsões “são projeções que não levam em consideração grande parte das medidas” anunciadas por Madri, afirmou o ministro da Economia, Luis de Guindos. Por parte da Espanha “não há planejamento algum do ponto de vista da alternativa, de flexibilização, nossa meta de déficit é de 5,3% para este ano e de 3% para o próximo ano”, assegurou.

Ainda mais alarmante talvez seja a estimativa do Executivo comunitário de que a dívida pública na Espanha, quarta economia na Eurozona, se elevará a 87% do PIB em 2013.

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“Temos confiança na Espanha, mas há assuntos a resolver, como os ajustes que ainda devem ser apresentados pelas comunidades autônomas, e a deterioração das contas da Segurança Social, que acabarão em déficit”, disse Rehn na coletiva de imprensa.

Assim Bruxelas se deu um pouco mais de tempo, até o dia 30 de maio, para decidir se irá impor ainda mais medidas de ajuste ao governo conservador de Mariano Rajoy, ou, pelo contrário, se estenderá até 2014 o prazo exigido para cumprir com a meta do déficit de 3%.

“Só a partir desse momento poderemos decidir”, disse Rehn, que reafirmou sua “plena confiança na determinação do Governo espanhol para cumprir com a meta fiscal alinhada com o pacto fiscal europeu”.

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A decisão também dependerá se a Espanha entrará no pacote das economias da união monetária que precisaram ser resgatadas, como Grécia, Portugal ou Irlanda.

“A mensagem está clara como a água. A Espanha ainda deve tomar mais medidas de austeridade, especialmente em 2013, se quiser cumprir com as metas de déficit” acordadas com seus sócios, opinou o analista do Banco ING Martin van Vliet.

“No entanto, medidas assim parecem impossíveis de imaginar diante do crescente mal-estar social e dos números intoleráveis de desemprego”, acrescentou.

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Já o governo conservador espanhol previu um ajuste de 27,3 bilhões de euros no orçamento de 2012, assim como um corte adicional em saúde e educação a fim de economizar mais 10 bilhões anuais.

O déficit público da França também estará no vermelho em 2013, 4,2% de seu PIB, muito acima da meta de 3% que o presidente eleito François Hollande se propôs a cumprir.

“Havíamos antecipado” a degradação das contas públicas, afirmou o próprio Hollande. Segundo seu porta-voz, as previsões de Bruxelas “são o reflexo da política implementada pelo presidente (em fim de mandato) Nicolas Sarkozy”.

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Os “desequilíbrios” entre os 17 países da união monetária, que têm, de um lado, economias transbordantes, como a Alemanha, e outros como a Espanha, que “começará a se recuperar apenas em 2013”, arrastam para baixo o índice de desemprego da Eurozona a 11% neste ano, um nível jamais alcançado até agora.

E inclusive ameaçam piorar ainda mais as estimativas do informe comunitário, que vislumbram para a Eurozona uma contração de 0,3% em 2012 e um leve crescimento de 1% no próximo ano.

Já a Itália está no “caminho certo” para cumprir com as metas de déficit exigidas por Bruxelas, comemorou Rehn.

“No entanto, um dos graves problemas da Itália, o endividamento, ainda não melhorou. A dívida pública da Itália se elevará a 123,5% em 2012 (o mínimo exigido por Bruxelas é de 60%), indicou o informe.

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