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Eurozona aguarda votação de fundo de resgate na Eslováquia

Por Samuel Kubani
11 out 2011, 12h58

A Eurozona aguarda com expectativa nesta terça-feira a votação no Parlamento da Eslováquia, que pode bloquear o fortalecimento do fundo de resgate europeu – uma arma chave para evitar um contágio da crise da dívida.

A Eslováquia é o único dos 17 países da Eurozona que ainda não aprovou o plano para reforçar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), que pretende ajudar o setor bancário do grupo, muito exposto à crise da dívida.

As posturas estão tão divididas na Eslováquia – um dos países mais pobres da União Europeia (UE) – que a primeira-ministra, Iveta Radicova, condicionou o futuro de seu governo à votação do FEEF.

“Anunciei a meus aliados da coalizão que a votação de hoje sobre nosso futuro na Europa será uma teste de confiança para nosso governo”, disse Radicova.

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O apoio deste país de pouco mais de cinco milhões de habitantes definirá o futuro da Eurozona e da UE.

A meta é acelerar a busca por uma solução à crise que possa ser debatida na reunião da UE de 23 de outubro e apresentada ante o G20 (grupo de potências industrializadas e emergentes) em Cannes (sul da França) nos dias 3 e 4 de novembro.

A coalizão de governo da Eslováquia tem 79 deputados em um total de 150, mas 22 pertencem ao SaS, um partido liberal e eurocético. Seu líder, Richard Sulik, considera que os eslovacos são muito pobres para pagar por erros alheios e se nega a votar a favor do FEEF, exceto se a Eurozona aceitar que a Eslováquia não pague sua parte de 7,7 bilhões de euros.

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Um voto negativo da Eslováquia bloquearia os mecanismos de resgate financeiro aprovados na reunião de cúpula europeia de 21 de julho.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, exortou nesta terça-feira em Bruxelas aos governos europeus a tomar “decisões claras” para solucionar os problemas da dívida.

Uma das principais prioridades dos países europeus neste momento é a recapitalização dos bancos mais expostos, com a finalidade de evitar uma propagação da crise no setor bancário, principalmente nos países mais ameaçados como França, Espanha e Itália.

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A Eurozona tem “a vontade política” de superar a crise, afirmou em Hanoi a chefe do governo alemão, Angela Merkel, dois dias depois de reunir-se com o presidente francês Nicolas Sarkozy.

A reforma do fundo de resgate, um mecanismo criado em 2010, aumentará sua capacidade para 440 bilhões de euros e concederá mais poderes para oferecer créditos ou comprar dívida pública dos países em dificuldades nos mercados secundários.

Os dirigentes europeus aceitaram o fato de que a Grécia não poderá manter-se sem que seus credores perdoem uma parte muito superior a prevista de sua dívida, o que obriga a injeção de capital nos bancos da Eurozona para evitar um “tsunami” financeiro.

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Na segunda-feira à noite, o chefe dos ministros europeus de Finanças, o luxemburguense Jean-Claude Juncker, admitiu a possibilidade de um desconto para os credores da Grécia.

Os europeus esperam que nestes dias a Troika – credores internacionais da Grécia (União Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional) – apresentem um relatório positivo que dê luz verde à ajuda a Atenas.

Assim, a Grécia poderá finalmente receber o último lote de 8 bilhões de euros (10,920 bilhões de dólares) do primeiro plano de resgate à Grécia, de 110 bilhões de euros, aprovado em maio de 2010, o que dará um certo alívio a suas finanças.

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O plano implica em duros cortes e enfrenta fortes resistências da população grega, que nesta terça-feira protestava bloqueando as dependências ministeriais e fechando uma importante refinaria, antes de uma greve geral convocada para 19 de outubro.

Juncker reconheceu que até agora a gestão da crise da dívida e em particular da dívida grega “não havia sido boa”. “Não fomos suficientemente rápidos, já que os mercados financeiros reagiram mais velozmente que os líderes políticos”, declarou.

O diagnóstico de Juncker coincide com o do ministro das Finanças brasileiro, Guido Mantega, que na segunda-feira afirmou que “os europeus sempre demoram em dar soluções e, quando chegam, chegam tarde”.

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