Europa nega pedido da Grécia para emitir mais € 4,5 bil em títulos
Decisão levou ao rebaixamento da nota de crédito do país. Recursos seriam utilizados para sustentar as contas do governo até o surgimento de um novo programa de ajuda ao país
O Banco Central Europeu (BCE) rejeitou um pedido da Grécia para levantar 4,5 bilhões de euros por meio de emissão de dívida de curto prazo, de acordo com autoridades europeias. Os recursos seriam utilizados para sustentar as contas do governo nos próximos quatro a seis meses, o tempo que se acredita necessário para se definir um novo programa de ajuda ao país.
Diante da recusa, autoridades de Atenas e outras capitais europeias estão buscando saídas para evitar que a Grécia fique sem dinheiro nos próximos meses. Autoridades gregas temem que o país fique sem recursos já no começo de março. A delicada situação da Grécia foi agravada pela decisão do BCE de não mais aceitar títulos públicos gregos como garantia para empréstimos aos bancos do país.
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Credibilidade – A Standard & Poor’s rebaixou o rating de crédito de longo prazo da Grécia de B para B-. O rating de crédito de curto prazo foi mantido inalterado em B. O rating da dívida sênior não garantida foi rebaixado de B para B-. O rating dos commercial papers gregos foi mantido em B. Todos esses ratings foram mantidos em CreditWatch com implicações negativas. O rating de transferências e conversibilidade foi mantido inalterado em AAA.
Segundo a S&P, a decisão sobre os ratings da Grécia foi antecipada por causa da decisão do BCE de não mais permitir que os bancos gregos usem títulos governamentais da Grécia como colaterais para obter crédito e “da ausência, até agora, de um acordo para prorrogar o programa da Linha de Estabilidade Financeira Europeia para a Grécia (EFSF) para além de seu vencimento previsto, em 28 de fevereiro de 2015”.
“O rebaixamento reflete nossa visão de que as restrições de liquidez que estão pesando sobre os bancos gregos e sua economia estreitaram o período durante o qual o novo governo pode chegar a um acordo sobre um programa de financiamento com seus credores oficiais, os países membros da UE, a EFSF, o BCE e o FMI. Embora o governo recentemente eleito da Grécia tenha estado no poder por menos de duas semanas, acreditamos que seus colchões limitados de liquidez e os vencimentos de dívida com credores preferenciais oficiais que estão se aproximando restringem sua flexibilidade para negociar”, disse a S&P em nota.
(Com Estadão Conteúdo)