Embora o cenário seja favorável para o Ibovespa em 2010, há vários riscos no mercado internacional que podem afugentar os investidores da bolsa brasileira. “Uma grande preocupação é a Europa. É possível que os problemas na Grécia sejam equacionados, mas nada impede que estourem outras crises em Portugal ou na Espanha, por exemplo”, alerta a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria.
Ela destaca ainda a possibilidade de as agências de classificação de risco reduzirem as notas dos títulos soberanos de alguns países ricos como outro foco de instabilidade – nesta sexta, a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou as notas de risco da Grécia, o que significa que, para os investidores, aumentou a chance de calote da dívida do país.
“Os principais candidatos para o rebaixamento da nota de risco são o Japão e o Reino Unido, que enfrentam séria deterioração fiscal”, diz Alessandra. Estes fatores, segundo ela, poderiam provocar pânico entre os investidores – o que, no jargão do mercado, é chamado de aversão ao risco.
Quando isso acontece, os investidores fogem das ações e migram para ativos mais seguros, como os títulos de dívida dos governos americano e alemão.
“Investir na bolsa é sempre aquela velha história: o foco do investidor tem de ser de longo prazo. É preciso bastante cautela e sangue frio. Não aconselho a quem tem poucos recursos a investir, mas sim para aqueles que têm dinheiro para diversificar. O cenário básico para a bolsa brasileira é positivo sim, mas os ricos não permitem uma participação maciça dos brasileiros neste negócio”, adverte o economista-chefe da BES Investimentos, Jankiel Santos.