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Draghi condiciona ajuda do BCE a sua solicitação pelos Estados

Por Da Redação
2 ago 2012, 14h25

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, condicionou nesta quinta-feira a intervenção da entidade para frear a pressão dos mercados – principalmente sobre países como Espanha e Itália – a que os governos peçam formalmente ajuda, o que derrubou as bolsas e fez disparar as taxas de risco.

Draghi recordou em uma coletiva de imprensa que os países em dificuldades devem pedir ajuda ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e ao futuro Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) para intervir no mercado da dívida.

Em troca, os países europeus em dificuldades teriam que se comprometer a prosseguir em seus esforços de saneamento fiscal e reformas estruturais, o que leva tempo.

“A política monetária não pode tudo e menos ainda compensar a falta de ação dos políticos”, advertiu Draghi, no que parece ser uma mudança de atitude com relação à semana passada, quando anunciou que o BCE faria todo o possível para frear a crise.

Ao mesmo tempo, Draghi considerou “inaceitáveis” as taxas pagas por Itália e Espanha para se financiarem e deixou aberta a possibilidade de o BCE realizar “operações no mercado aberto de uma dimensão adequada para alcançar seu objetivo”.

A falta de anúncios concretos derrubou as bolsas europeias, em particular as de Madri e Milão, que perderam 5,16% e 4,64%, respectivamente.

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Além disso, as taxas de juros para os bônus a 10 anos da Itália superaram 6% e os da Espanha 7%, depois da coletiva de imprensa de Draghi.

Em Madri, os chefes do governo de Espanha e Itália, Mariano Rajoy e Mario Monti, se negaram nesta quinta-feira a falar de um resgate de seus países, mas disseram que irão examinar uma possível ajuda europeia, ao mesmo tempo em que celebraram as palavras do presidente do BCE, Mario Draghi, mesmo estas tendo derrubado os mercados.

“Não haverá medidas como um ‘bail out’ (injeção de liquidez), mas sim medidas de acompanhamento para evitar taxas de risco excessivas (…) teremos que analisá-las”, disse Monti.

Rajoy, por sua vez, classificou de “muito positivo” o discurso do presidente do BCE, Mario Draghi.

Ambos os países têm realizado sérios cortes orçamentários e, segundo analistas, um resgate condicionado não faria mais que agravar a austeridade em meio a recessão e ao desemprego, em particular na Espanha, onde um quarto da população está sem emprego.

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Até o Fundo Monetário Internacional (FMI) pressionou nesta quinta-feira o Banco Central Europeu (BCE) para que adote mais medidas de impulso para a debilitada economia da zona do euro, depois que o presidente da entidade, Mario Draghi, frustrou as esperanças de uma ação imediata.

O FMI celebrou através de um comunicado o fato de que o BCE esteja disposto a intervir no mercado de bônus, mas afirmou que essa política monetária não resolverá todos os males que afligem a Eurozona e por isso defendeu um impulso maior à economia.

“Estamos de acordo em dizer que é preciso usar os mecanismos de segurança do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE)”, disse em referência aos fundos de resgate europeus que foram implantados para conter a crise da zona do euro.

Draghi excluiu a possibilidade de conferir uma licença bancária ao FEEF ou ao MEE, como pretendia o presidente francês, François Hollande, para que esses fundos possam comprar dívida pública com o respaldo do BCE.

“A estrutura atual (dos fundos) não permite essa ação”, disse.

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Draghi reiterou, no entanto, o compromisso unânime dos 23 membros do conselho de governadores em “fazer todo” o possível para proteger a zona do euro, assim como havia dito na semana passada em Londres, quando levou os mercados a pensar que haveria uma intervenção contundente do BCE esta semana.

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