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Crise? Fabricante de iates italiana cresce no Brasil na recessão

Azimut, que mantém no país sua única unidade de produção localizada fora da Itália, ganha mercado com embarcações que custam até 45 milhões de reais

Por Felipe Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 out 2016, 12h14

Entre 1992 e 2010, a fabricante italiana de iates de luxo Azimut produziu suas embarcações no Brasil por meio de uma parceria com uma companhia local, a Intermarine. Após a morte do fundador da sua associada, Gilberto Ramalho, em 2009, a italiana decidiu assumir diretamente as operações e criou seu próprio estaleiro. Não parecia fazer sentido deixar um país com economia em franco crescimento, como era o Brasil de 2010. Passados seis anos, a economia brasileira enfrenta sua maior recessão já registrada, mas a Azimut, que em 2010 decidiu ficar no país, segue em ascensão – um feito que já é raro para empresas de quaisquer setores neste período de retração econômica, mas salta ainda mais aos olhos por se tratar do restritíssimo nicho de iates para endinheirados.

 

 

Com o fim da sociedade, a empresa decidiu assumir diretamente as operações e criou seu próprio estaleiro, o único da companhia fora da Itália, localizado em Itajaí (SC). A Azimut aumentou seu portfólio – de dois para oito modelos – desde então, cresceu 15% no último ano e planeja dobrar sua produção nos próximos dois anos. Só no Brasil, a companhia espera vender 45 iates em 2017. Ela também atua em outros segmentos relacionados, como financiamento de barcos e administração de marinas.

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“Nós não queríamos sair do Brasil e perder a participação de mercado que já tínhamos”, disse ao site de VEJA o gerente de negócios global da Azimut, Marco Valle, um dos representantes da empresa na edição mais recente do São Paulo Boat Show, realizado na última semana. O executivo calcula que a empresa já tinha investido cerca de 25 milhões de euros (88 milhões de reais no câmbio de hoje) no país durante a extinta parceria com a Intermarine.

A decisão de seguir no país não teve relação apenas com a clientela potencial. A avaliação é que o país tem muito espaço bom para navegar, poucos barcos e, apesar das conhecidas dificuldades locais, como burocracia e dificuldade em licenciamentos ambientais para obras de infraestrutura, é muito atrativo para a fabricação desse tipo de produto.

 

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Uma das saídas para a produção continuar crescendo mesmo na crise foi exportar parte da fabricação local para países vizinhos e para os Estados Unidos. A produção em Itajaí pode servir para o crescimento da empresa, também, porque as instalações na Itália estão perto do limite da sua capacidade. “Neste ano, vendemos daqui barcos para o Paraguai, Uruguai, Colômbia, além dos Estados Unidos”, afirma Valle.

Um dos desafios da marca foi manter o nível de qualidade dos produtos feitos por ela no exterior. Atualmente, itens como tapeçaria e mobiliário são importados da Itália. Mas há também nuances tipicamente brasileiras. “Com o conhecimento da engenharia italiana e a cadeia de suprimentos americana, nós produzimos neste ano quinze unidades de um novo modelo, totalmente inventado, criado e desenvolvido aqui no Brasil”, diz Valle. Uma das inovações surgidas a pedido dos brasileiros, e que as fabricantes de iates começaram a adotar aqui e lá fora, é a instalação de churrasqueiras na parte traseira da embarcação. No iate desenvolvido no Brasil, esse é um item de série.

O custo de um iate de alto luxo da Azimut fica entre 2,5 milhões de reais e 45 milhões de reais. Para os compradores, os gastos anuais com manutenção ficam em torno de 3% do valor. E os clientes desse tipo de produto trocam de barco em média a cada três anos – antes da crise mundial de 2008, o tempo era de dois anos. O maior modelo da empresa apresentado no São Paulo Boat Show tem 22 metros de comprimento, três pavimentos, quatro suítes e ostenta a grife italiana Armani.

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