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Cresce procura por apps de transporte com motoristas mulheres

A plataforma Lady Driver está disponível nas cidades de São Paulo e Guarulhos

Por Thaís Augusto Atualizado em 19 set 2017, 11h09 - Publicado em 18 set 2017, 15h52

As notícias sobre assédio envolvendo motoristas de aplicativos de transporte acabou beneficiando serviços que trabalham exclusivamente com mulheres. Esse é o caso do aplicativo Lady Driver, que só roda só com motoristas mulheres e atende apenas o público feminino – homens não podem chamar o serviço.

O número de viagens realizadas pelo aplicativo Lady Driver triplicou de agosto para setembro. A CEO da plataforma, Gabriela Corrêa, diz que o crescimento está atrelado ao maior conhecimento sobre esse tipo de serviço. “As mulheres se sentem mais seguras quando é outra mulher que está dirigindo”, afirmou.

A escritora Clara Averbuck publicou em seu perfil no Facebook uma denúncia de estupro cometido por um motorista de Uber  no fim de agosto. Confira o relato:

Sobre a denúncia de Clara Averbuck, a Uber reiterou que repudia qualquer tipo de violência contra as mulheres. “O motorista em questão foi banido da plataforma”.

A criadora do Lady Driver disse que também foi vítima de assédio dentro de um táxi. “As mulheres precisam ter mais segurança no transporte. Acho que o nosso aplicativo faz sucesso pelo fato de ser de mulher para mulher”, afirmou Gabriela.

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No aplicativo da Lady Driver, o tempo médio de espera por um carro é de 10 minutos. Também é possível solicitar o serviço de transporte para crianças. O serviço conta com cerca de 8.000 motoristas cadastradas.

Entre as maiores empresas de transporte por aplicativo, a 99 é a única que oferece um serviço exclusivo para mulheres. Desde outubro de 2016, as passageiras de São Paulo, Rio de Janeiro e Santos podem fazer uso da plataforma.

A empresa oferece carros com alguns “opcionais”, como são conhecidos os veículos adaptados com ar-condicionado, porta-malas grande, com suporte para transportar bicicletas, cadeirantes e cachorros. Entre eles, também está disponível o botão motorista mulher. “É o segundo opcional mais pedido, transportamos também crianças desacompanhadas. A iniciativa antecede os últimos acontecimentos [de abusos e assédios], mas com esses relatos crescemos quase 150%”, afirmou a gerente de comunicação, Ana Carla Lopes.

A 99 conta com três soluções para garantir a segurança da mulher. Além do opcional motorista mulher, o aplicativo também criou uma central de atendimento que funciona 24 horas por dia, sete dias da semana, para que, em caso de emergência, tanto o motorista quanto o passageiro possam relatar problemas. É possível entrar em contato pelo telefone 0800-888-8999.

A última novidade é o Vamos Juntas de 99?. O projeto criado em março de 2017 oferece treinamento para que os motoristas homens passem a zelar pela segurança das mulheres.

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“Queremos convidar as mulheres para serem motoristas. Quanto mais mulheres, mais segurança no trânsito. Todo mundo tem uma tia ou amiga que busca complementação de renda”, disse Ana.

O tempo médio de espera para o opcional de motoristas mulheres é de nove minutos. Atualmente, a plataforma conta com 3.000 mil motoristas cadastradas – a cada corrida a empresa cobra uma taxa de 16,99% das funcionárias.

Segundo Gabriela, o aplicativo Lady Driver fica com 16% do dinheiro da corrida. “Colocamos a menor taxa que podemos pra ajudar a mulher. As pessoas não veem a realidade da motorista, muitas passaram por assédio ou alguma situação de perigo e querem trabalhar em um ambiente mais tranquilo”.

O aplicativo também oferece o “botão favorita”, dessa forma as clientes ou conhecidas podem adicionar uma motorista nas suas preferências e acioná-la sempre que pedirem uma corrida.

Outros aplicativos

Apesar de não possuir uma opção com motoristas mulheres, a Cabify informou que repudia qualquer tipo de violência em relação aos passageiros e motoristas parceiros. “A Cabify realiza um processo rigoroso para o cadastramento de motoristas parceiros, que inclui a verificação de documentos como a certidão de antecedentes criminais atualizada no âmbito estadual e federal, além de realizar conferência presencial de documentos e exame toxicológico”, informou a empresa.

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A Uber informou que acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência contra a mulher e trabalha ativamente para melhorar a plataforma.

A empresa afirmou que, em janeiro, investiu 200 milhões de reais em uma central de atendimento 24 horas que reage a toda denúncia de má conduta.

“No que diz respeito à segurança das mulheres contra assédio, a Uber é a única plataforma em que o usuário pode compartilhar com um terceiro os dados da sua viagem e a sua localização, em tempo real, a cada viagem”. A empresa ressaltou que para ter acesso às informações o terceiro não precisa ter o aplicativo instalado no celular.

“A Uber é a única empresa do setor que, de fato, bane motoristas parceiros que não mantiverem, ao longo do tempo, uma média de avaliação boa”, disse a empresa, que ainda enumerou outras medidas de segurança como a checagem de segurança de documentos de aspirantes a motoristas em base de dados de todos os estados do Brasil e a tecnologia para confirmar a identidade do motorista através de uma selfie.

O CEO da Easy no Brasil, Fernando Matias, afirmou que os motoristas passam por um forte processo de cadastramento, que inclui checagem de antecedentes criminais e histórico profissional. A empresa também oferece treinamento para os motoristas sobre comportamento e como prestar um bom serviço aos passageiros.

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Motoristas com baixa avaliação podem passar por um processo de reciclagem e em caso de assédio, seja moral ou sexual, são bloqueados do aplicativo.

“Ainda estamos tentando descobrir a melhor forma de garantir a segurança da mulher. Não acreditamos que um filtro específico para motoristas mulheres seja o melhor caminho”, disse Matias.

Isso porque a base de motoristas mulheres na plataforma chega a apenas 2% enquanto as corridas realizadas por mulheres representam de 55% a 60%. “A base de motoristas é muito pequena e impacta no tempo de espera e no serviço prestado, muitas passageiras não conseguiriam a corrida”.

Segundo o CEO, a empresa registrou casos de assédio no começo de 2016 mas conseguiu zerar os números. Ainda segundo ele, garantir a segurança das mulheres também deve ser uma preocupação da prefeitura e demais órgãos públicos. “Não adianta nada a Easy fazer o controle na base e bloquear um taxista acusado de assédio mas a prefeitura não tomar uma decisão e ele continuar a ser taxista”.

A partir desta segunda-feira, a Easy não trabalhará com motoristas particulares, apenas com taxistas.

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Motoristas mulheres

Além do Lady Driver e do opcional da 99, há outros aplicativos direcionados para o público feminino. Confira:

Femi Taxi: para Android e iOS, disponível nas cidades de Goiânia, São Paulo, Campinas, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Venuxx: para Android e iOS, disponível na cidade de São Paulo.

Femini Driver: para Android e iOS, disponível na cidade de Porto Alegre.

Táxi Rosa: para Android e iOS, disponível na cidade do Rio de Janeiro.

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