Contas do setor público têm pior resultado para fevereiro desde 2001
Resultado ficou negativo em R$ 23,04 bilhões, o maior rombo da série histórica do Banco Central. Em janeiro, o resultado havia sido positivo em R$ 27,91 bilhões
O setor público consolidado, que reúne as contas do Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras, apresentou déficit primário de 23,04 bilhões de reais em fevereiro, conforme informou, nesta quarta-feira, o Banco Central (BC). Este é o pior resultado para o mês da série histórica iniciada em dezembro de 2001. Em janeiro, o resultado havia sido positivo em 27,91 bilhões de reais e, em fevereiro de 2015, foi registrado déficit de 2,30 bilhões de reais.
O resultado primário consolidado de fevereiro ficou perto da mediana das estimativas dos 11 analistas do mercado financeiro ouvidos pela Agência Estado, em déficit de 22,9 bilhões de reais.
No primeiro bimestre, foi contabilizado um superávit primário de 4,87 bilhões de reais..Em 12 meses até fevereiro deste ano, o resultado negativo somou 638 bilhões de reais, o equivalente a 10,75% do PIB.
O resultado fiscal de fevereiro foi composto por um déficit de 26,43 bilhões de reais do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). O dado do setor público só não foi pior porque os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com 2,73 bilhões de reais no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de 2,10 bilhões de reais, os municípios tiveram resultado positivo de 622 milhões de reais. Já as empresas estatais registraram superávit primário de 662 milhões de reais.
Na última semana, o governo pediu autorização do Congresso Nacional para registrar um novo déficit primário de 96,65 bilhões de reais este ano no Governo Central. No projeto de lei enviado ao Congresso, o governo reduziu de 24 bilhões para 2,8 bilhões de reais a meta de superávit primário – a economia para pagamento dos juros da dívida pública – para 2016.
Além dessa redução do esforço fiscal prometido, o governo elevou de 84,2 bilhões para 120,65 bilhões de reais o total de deduções da meta que poderá ser aceito.
O setor público consolidado ainda não tem uma meta fechada, já que a proposta enviada pelo governo prevê uma cláusula que permitirá um abatimento do impacto do alongamento das dívidas de Estados e municípios. O valor final vai depender do número de entes federativos que aderirem aos novos contratos.
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(Com Estadão Conteúdo)