Conta de luz deve permanecer mais cara até novembro, diz ONS
O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, diz que a bandeira vermelha deve vigorar até fim da estação seca
O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, descartou nesta quarta-feira que haja risco de racionamento, mas reconheceu que o consumidor deve permanecer pagando mais caro pela energia elétrica, devido ao acionamento de usinas térmicas. “Não temos risco de desabastecimento, mas o de ficar com uma conta muito alta é grande”, alertou Barata.
A expectativa é que a cobrança extra em vigor desde abril pelo acionamento da bandeira vermelha sobre as contas de luz – que prevê a cobrança adicional de 3 reais a cada 100 kwh consumidos – permaneça pelo menos até o fim do período seco. A partir de novembro, quando tem início o período úmido, pode haver uma melhora, contou Barata.
“As nossas avaliações são que ao longo do período de seca o preço vai subir, até porque vamos necessitar cada vez mais das nossas usinas térmicas”, justificou ele, após participar do 14º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), no Rio.
O Sudeste, onde estão os maiores reservatórios, deve chegar ao final do período seco com cerca de 20% da capacidade nos lagos das usinas, enquanto o Nordeste poderá chegar em novembro com cerca de 10%. A represa de Sobradinho, maior do Nordeste, poderá inclusive chegar a novembro com o reservatório zerado, segundo Barata.
O diretor lembra que parte do custo maior da produção de energia é repassada imediatamente ao consumidor através do mecanismo das bandeiras tarifárias, mas parte pode ficar oculta e ser transmitida apenas na época da revisão tarifária, no ano seguinte. “Não sou contra, ao contrário, tenho admiração pelas térmicas. Se o lado benéfico delas é por serem presumíveis, gerenciáveis, o fato de termos controle sobre o combustível, por outro lado há o custo. Vamos ao longo do período seco precisar das térmicas”, completou.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)