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Como funcionam as agências de classificação de risco

Por Stan Honda
8 ago 2011, 15h03

As notas que as agências de classificação de risco dão às empresas e países são resultado do trabalho de ao menos dois analistas, que as elaboram em discussão interna com outros colegas, mas que em grande parte são baseadas em informações públicas.

A maioria dos Estados e empresas paga as agências para que classifiquem os riscos de suas próprias dívidas.

Sem essa avaliação, a princípio considerada confiável e imparcial, diversos investidores rejeitam adquirir seus títulos.

Independentemente de se tratar de um país ou de uma empresa, a agência de classificação realiza uma primeira análise, que avalia a solvência e portanto os riscos de calote de seus empréstimos, atribuindo a eles uma nota ou classificação, que vai de um triplo A positivo (AAA+), a melhor, a D, a pior, que significa quebra.

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“Acompanhados por um colega, entrevistam o emissor da dívida, seja o diretor financeiro, diretor-geral ou gerente. Em casos de empresas, fala-se com vários executivos e no caso de um Estado, com o ministro da Economia ou das Finanças”, explicou à AFP Norbert Gaillard, assessor do Banco Mundial e autor de um livro sobre as agências de classificação de risco.

“Nos Estados Unidos, o interlocutor privilegiado das agências de classificação é o número dois do Tesouro, John Bellows”, comentou.

“Em países pequenos da África e da América Latina, o interlocutor pode ser o presidente ou chefe de governo”, completou.

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São realizadas uma média de três a quatro dias de reuniões, que incluem entrevistas com o presidente do Banco Central e altos funcionários com os quais estatísticas e previsões recentes são analisadas, explicou o especialista.

Trata-se de um trâmite curto em relação às missões do Fundo Monetário Internacional (FMI) que para redigir seus relatórios anuais empregam de duas a três semanas, sustenta Gaillard.

Os analistas logo elaboram um relatório e atribuem uma recomendação: confirmar, aumentar, baixar a nota, sob observação, modificar sua perspectiva.

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O relatório é apresentado depois a um comitê de classificação, composto por cerca de seis a dez analistas veteranos, que debatem o assunto antes de aprovar e votar as conclusões.

O interessado, país ou empresa, é imediatamente informado sobre de decisão, em geral doze horas antes da publicação.

Pode inclusive formular objeções, “mas a agência pode ignorar”, reconheceu Gaillard.

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A nota pode ser revisada uma vez por ano ou quando a agência considerar necessário, no caso, por exemplo, de importantes fatos políticos, sociais e econômicos.

“Considero que as agências não dispõem de informações inéditas ou desconhecidas para a comunidade financeira”, afirmou o especialista.

Os analistas provêm em geral dos departamentos de crédito dos bancos, de empresas de seguros e fundos de investimento, sustentam as mesmas agências.

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A classificação das finanças públicas de um Estado ou governo regional representa apenas 15% dos lucros dessas agências, que obtêm a maior parte de suas receitas ao avaliar empresas privadas.

A maioria dos Estados paga pelas avaliações das três maiores agências de classificação de risco: Moody’s, Fitch Ratings e Standard and Poor’s.

Após a crise do euro de 2010, vários líderes europeus propuseram a criação de uma agência europeia de classificação de risco para contrabalancear o domínio das agências americanas.

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