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Com indústria fraca, PIB tem crescimento nulo no 3º trimestre

Setor industrial recua 0,9% e economia só não tem desempenho negativo devido ao crescimento de 3,2% da agropecuária

Por Ana Clara Costa
6 dez 2011, 08h07

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre foi nulo ante o trimestre anterior, segundo dados divulgados na manhã desta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número foi puxado por resultados pífios da indústria e do setor de serviços, que recuaram 0,9% e 0,3%, respectivamente, em relação ao segundo trimestre. O desempenho do setor agropecuário, no entanto, impediu que a economia do país retrocedesse no período, e avançou 3,2%. Em relação ao terceiro trimestre de 2010, o PIB cresceu 2,1%. Em valores correntes, a economia brasileira alcançou 1,05 trilhão de reais.

No acumulado de 12 meses, o crescimento da economia foi de 3,7%, enquanto o avanço em 2011 chega a 3,2%. Com base nesse número, a economia brasileira teria de crescer 0,6% no quarto trimestre para que as previsões do governo (de alta de 3,8%) fossem alcançadas. O Banco Central prevê uma expansão de 3,5% do PIB este ano, enquanto o mercado aguarda um avanço de 3,2%.

Segundo o IBGE, a queda da indústria foi puxada pela atividade de transformação, cujo índice de volume do valor adicionado recuou 1,4%. As demais atividades industriais registraram variações positivas em relação ao trimestre anterior: a extrativa mineral avançou 0,9%; eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana acumulou alta de 0,8%; enquanto a construção civil cresceu 0,2% no período.

O setor de serviços, que vinha estimulando o crescimento da economia ao longo dos trimestres anteriores, enquanto a indústria já recuava, também cedeu entre julho e setembro. A queda foi puxada pelo comércio (-1%), outros serviços (-0,5%) e serviços de informação (-0,3%).

O peso dos investimentos no PIB do trimestre também diminuiu. De acordo com o instituto, a taxa de investimento foi de 20% do PIB, inferior aos 20,5% registrados no mesmo trimestre do ano anterior. A taxa de poupança também teve redução, alcançando 18,8%, ante 19,6% no mesmo trimestre de 2010.

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Gastos – Ainda de acordo com o IBGE, todos os componentes da demanda interna recuaram no terceiro trimestre deste ano: despesa de consumo da administração pública (-0,7%), formação bruta de capital fixo (-0,2%) e despesa de consumo das famílias (-0,1%). A contribuição positiva ao desempenho do PIB foi dada pelo setor externo, que registrou crescimento das exportações (1,8%) e redução das importações de bens e serviços (-0,4%).

Expectativa – O resultado divulgado nesta terça-feira não surpreendeu os economistas, que já aguardavam a estagnação econômica para o período. “O governo reconhece que a economia está em um processo de desaceleração muito grande e, por isso, passou a se apoiar tanto em consumo quanto em investimento”, afirma o economista Robson Gonçalves, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ao se referir à redução de impostos anunciada pelo ministro Guido Mantega na última semana, como forma de reavivar o PIB.

Segundo analistas ouvidos pelo site de VEJA, a estagnação econômica do trimestre pode ser dividida em dois períodos. Entre julho e agosto, a queda na atividade foi decorrente da atuação do BC ao subir a Selic ao longo de todo o primeiro semestre. As medidas de restrição ao crédito e o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), acompanhados de um leque de medidas macroprudenciais criadas pelo Ministério da Fazenda no início do ano também influenciaram na desaceleração do PIB.

Já na segunda metade do trimestre, o agravamento da crise internacional teve impacto maior no desempenho da atividade, sobretudo diante de perspectivas cada vez mais deterioradas nas economias desenvolvidas, incluindo a China. Nesse período, o BC inverteu a trajetória da política monetária e passou a reduzir a taxa básica de juros, prevendo sinais de desaceleração. “Era necessário, no início do ano, desacelerar. Agora, o panorama se inverteu e é preciso corrigir o excesso de esfriamento que é visível”, diz Gonçalves, da FGV.

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