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Com crise da JBS, pecuaristas se unem para assumir frigoríficos

Após redução das atividades da empresa após delações, criadores de Mato Grosso, maior produtor de gado do país, têm dificuldade para vender os bois

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 15 jun 2017, 15h39 - Publicado em 15 jun 2017, 08h58

Um grupo de pecuaristas de Mato Grosso, maior produtor de gado do país, está se articulando para criar uma cooperativa para reativar até 15 frigoríficos do Estado. As conversas ainda estão em estágio inicial, mas ganharam força nas últimas semanas, depois que vieram à tona as delações dos irmãos Batista, controladores da JBS.

A crise na empresa que se seguiu às delações provocou uma grande desarrumação no mercado de bovinos. Pecuaristas passaram a temer vender gado à prazo para a JBS, e começaram a procurar outros compradores. Mas as opções são restritas – a JBS concentra cerca de 50% do abate no Estado. Por conta desse desarranjo, o preço do gado bovino acabou caindo.

Com isso, ganharam força as conversas entre os pecuaristas para assumirem frigoríficos fechados. A ideia, segundo Luciano Vacari, diretor executivo da Associação de Criadores do Mato Grosso (Acrimat), já vinha desde que foi deflagrada, em março, a Operação Carne Fraca, que investiga o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura em esquema de corrupção, mas agora foi acelerada. “A abertura de uma cooperativa é uma das possibilidades. Podemos atrair investidores de fora, mas tudo está em discussão ainda”, disse.

Fazem parte desse pool de pecuaristas os irmãos Fernando e Eraí Maggi, primos do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, donos do grupo agropecuário Bom Futuro. A família Maggi é uma das maiores produtoras de soja no Brasil. “Estamos em conversas com o governo do Estado de Mato Grosso”, disse Fernando Maggi. A ideia é que essas unidades possam se tornar exportadoras.

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Fernando Maggi é hoje um dos maiores fornecedores de gado para o Marfrig, o segundo maior frigorífico brasileiro. O pecuarista também foi, há dois anos, cliente do JBS, mas decidiu romper o contrato. Maggi negou que a família, por meio do grupo Bom Futuro, pretenda abrir seu próprio frigorífico.

Mato Grosso tem, no total, 22 frigoríficos desativados, boa parte por conta do movimento de concentração do setor. Desses, de seis a oito podem ser reabertos nos próximos meses, disse Ricardo Tomczyk, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado. Na terça-feira, o Minerva, terceiro maior frigorífico do país, anunciou que vai reabrir a unidade na cidade de Mirassol D’Oeste. O Marfrig também avalia reativar duas unidades.

Pedro de Camargo Neto, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, apoia a iniciativa dos pecuaristas e diz que as unidades reabertas têm condições de atender à demanda. No entanto, lembra que a habilitação para exportação não é tão rápida. “A inspeção para exportar para Ásia e União Europeia, por exemplo, demora de seis meses a um ano.”

(Com Estadão Conteúdo)

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