Por Benjamin Kang Lim e Don Durfee
PEQUIM, 10 Jan (Reuters) – O chefe do fundo soberano da China de 410 bilhões de dólares é o favorito para se tornar o próximo ministro das Finanças da China, disseram duas fontes independentes, em um movimento na reestruturação mais ampla que terminará em 2013.
Lou Jiwei, de 61 anos, atual chairman do China Investment Corp (CIC), é cotado para substituir Xie Xuren como ministro das Finanças, disseram as fontes. Elas pediram anonimato para evitar repercussões políticas.
“Lou vai renunciar (como presidente do CIC). Ele vai para o Ministério das Finanças”, disse uma fonte ligada à principal liderança da China. Isso foi confirmado por uma segunda fonte próxima ao ministério.
A mudança viria como parte da transição de liderança do Partido Comunista, sob a qual o presidente Hu Jintao e o premiê Wen Jiabao vão transferir o poder para uma geração mais jovem.
O CIC preferiu não comentar quando contatado por telefone, e o ministério não estava disponível para comentários.
Em outubro, a China designou novos presidentes para seus principais órgãos reguladores de bancos, corretoras e seguradoras.
Se promovido, Lou vai liderar um Ministério das Finanças que esteve na linha de frente dos esforços da China para lidar com os 10,7 trilhões de iuanes (1,7 trilhão de dólares) de dívida que os governos locais acumularam como resultado do programa de estímulos da China durante a crise financeira global.
A indicação de Lou como próximo ministro de Finanças pode impulsionar os esforços de Pequim para diversificar suas reservas cambiais de 3,2 trilhões de dólares, disse Li Jie, diretor do Instituto de Pesquisa de Reservas na Universidade Central de Finanças e Economia em Pequim.
“Os anos em que Lou passou no CIC devem ter mostrado a ele o quão difícil é administrar um estoque de ativos cambiais”, disse Li.
PRAZO INCERTO
Não se sabe quando Lou vai se tornar ministro das Finanças. Mas isso pode ser já em outubro, quando Xie atinge a idade de aposentadoria compulsória para os ministros, de 65 anos, ou em março de 2013, quando o Conselho de Estado, o gabinete da China, passará por uma reformulação.
Historicamente, o ministro das Finanças da China não tem sido a principal autoridade encarregada das finanças -essa tarefa é reservada ao membro do Comitê Permanente do Politburo encarregado das finanças, atualmente o vice-premiê Wang Qishan.
Mas o posto está se tornando mais importante na medida em que a China se confronta com desafios que vão dos assustadores níveis de endividamento dos governos locais à pressão para cortar impostos sobre empresas e indivíduos.
No ano passado, Lou escreveu um artigo para o jornal reformista Estudos Comparativos, apresentando suas opiniões sobre as urgentes mudanças econômicas e financeiras necessárias na China.
Elas incluíam a reforma dos impostos sobre a renda pessoal, do relacionamento entre o governo central e os governos locais e a conversibilidade da conta de capital para o rigidamente controlado iuan.
(Reportagem adicional de Zhou Xin e redação de Pequim)