Cade aprova operação entre BMG e Banco Schahin
O negócio de 230 milhões, fechado em abril, foi aprovado por unanimidade e sem restrições pelo órgão de defesa da concorrência
Aquisição do Schahin está condicionado ainda a um apoio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), à aprovação do Banco Central e a um resultado satisfatório da “due deligence” em favor do BMG
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade e sem restrições, a operação entre BMG e o Banco Schahin. O interesse do banco mineiro em adquirir o Schahin está condicionado a um apoio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), à aprovação do Banco Central e a um resultado satisfatório da “due deligence” (investigação de uma empresa) em favor do BMG.
O negócio, fechado em abril, totalizou 230 milhões de reais. O banco mineiro está para ser capitalizado em 1,5 bilhão de reais, principalmente para cobrir o rombo do Schahin. Desse total, 800 milhões de reais são do FGC, que intermediou a negociação. Recentemente, o BMG comprou também 50 lojas do banco carioca Morada, que está sob intervenção do BC, e a Cifra Financeira, além de ter assumido o comando da GE Financeira e da GE Promotora.
O advogado Vicente Bagnoli, responsável pela operação, explicou que, diante da decisão do grupo em deixar de atuar no mercado financeiro por meio do Banco Schahin, o BMG deparou-se com a oportunidade de ganhar escala e ampliar seus pontos de atendimento no território nacional, aproveitando a estrutura do Schahin que detém mais de 5 mil pontos-de-venda, dos quais cerca de 200 são exclusivos. “Em decorrência da operação, o mercado brasileiro terá o fortalecimento de um agente econômico para enfrentar uma concorrência cada vez mais acirrada e dominada por grandes instituições financeiras, públicas e privadas”, disse.
Análise – Por conta de um parecer da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) não tem competência para julgar processos do setor financeiro, o que caberia apenas ao BC. Em vista disso, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, restringiu sua análise apenas aos serviços não financeiros envolvidos nesse ato de concentração. Como todas as atividades das instituições são dessa área, impossibilita a secretaria a se manifestar sobre os possíveis impactos concorrenciais. “Ao apreciar e julgar a presente operação, o Cade reitera a sua competência em analisar e decidir casos do sistema financeiro”, salientou Bagnoli.
(com Agência Estado)