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Brasileiro é novo diretor da OMC

Com 55 anos, Roberto Azevêdo conquistou o apoio dos 159 membros votantes do órgão e venceu o mexicano Herminio Blanco nas eleições que ocorrem há quatro meses

Por Da Redação
7 Maio 2013, 14h24

Aos 55 anos e com uma consolidada carreira diplomática, Roberto Azevêdo conquistou o posto máximo da Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta terça-feira em Genebra, Suíça, de acordo com fontes ligadas à organização. Apesar de o resultado oficial só ser divulgado na quarta-feira, as comitivas brasileira e mexicana – ele concorria com Herminio Blanco ao cargo de diretor-geral do órgão – já foram comunicadas sobre a votação dos 159 membros. A eleição da OMC leva em conta o consenso, ou seja, nenhum membro pode se opor ao candidato que conquistar a maioria, senão as discussões continuam até que se chegue a um acordo.

Azevêdo assume o cargo com uma missão quixotesca: obter um acordo de liberalização do comércio que satisfaça a todos os países integrantes da OMC. A última rodada de negociações, em 2008, terminou num impasse. De lá para cá pouco mudou – não houve sequer recuperação plena da crise econômica que se alastrou naquele ano. Os países emergentes querem trânsito livre para suas commodities e o fim de subsídios agrícolas em países ricos; nações industrializadas querem o fim de barreiras para a exportação de seus produtos. Nenhum dos dois grupos pode impor sua vontade.

Azevêdo assumirá o cargo no dia 1º de setembro, quando o francês Pascal Lamy terminará seu segundo mandato à frente da instituição, que dirigiu nos últimos oito anos.

Leia mais: A quixotesca missão do próximo diretor-geral da OMC

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Carreira – Engenheiro eletricista pela Universidade de Brasília e profissional de Relações Internacionais pelo Instituto Rio Branco, Azevêdo traçou uma carreira diplomática no Brasil e no exterior. Começou a carreira no Itamaraty em 1984, participou em 2001 da criação da Coordenadoria Geral de Litígios do Ministério das Relações Exteriores, que dirigiu por quatro anos. Em 2005, ele se tornou o chefe do departamento econômico do ministério e, de 2006 a 2008, foi subsecretário geral de assuntos econômicos.

Desde 2008 representa o Brasil na OMC e foi chefe de delegação em litígios importantes vencidos pelo país na organização, como nos casos dos subsídios ao algodão contra os Estados Unidos e ao açúcar contra a União Europeia. Ele participou de quase todas as conferências ministeriais desde o lançamento, em 2001, das negociações de Doha sobre a liberalização do comércio mundial e se apresenta como um conhecedor nato dos processos da organização, além de ter um bom trânsito entre os países-membros.

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Em meio à campanha para a direção da OMC, Azevêdo disse à revista inglesa The Economist que a liberalização do comércio internacional deveria se pautar pela lógica do multilateralismo, em vez de ter como principal motor acordos bilaterais ou entre blocos limitados de países. Essa era a diferença mais visível entre ele e o mexicano Herminio Blanco, principal negociador de seu país em uma série de acordos bilaterais firmados nos últimos anos. Blanco estava mais inclinado a ver nesse tipo de parceria uma importante ferramenta de inovação no comércio mundial.

Nos últimos dez anos, a estratégia comercial do Brasil pôs ênfase exclusiva no multilateralismo – e Azevêdo foi um ator importantes no desenvolvimento dessa política. Os benefícios para o país foram questionáveis. Mas um organismo como a OMC talvez precise ter em seu cargo mais alto exatamente um evangelizador como Azevêdo. A instituição idealizada após a II Guerra, mas só tirada do papel em 1995, tem desempenhado um papel importante na mediação de conflitos comerciais entre países, mas ainda precisa mostrar que pode ser algo mais que esse fórum de arbitragem.

Repercussão – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, comemorou a escolha do embaixador Roberto Azevêdo como novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo ele, a eleição do brasileiro é “boa para o Brasil e melhor para a OMC”. De acordo com o ministro, o governo brasileiro trabalhou para a escolha de Azevêdo por considerá-lo o melhor candidato, mas garantiu que a eleição do brasileiro não deve facilitar as negociações comerciais do Brasil.

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(com agência Reuters)

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